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Morte de Bin Laden/Paquistão

Paquistão poderia ter avisado Bin Laden de operação, diz CIA

Em entrevista à revista Time, o chefe da CIA, Leon Panetta, declara que os Estados Unidos decidiram omitir do governo paquistanês a operação que culminou na morte do líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden. De acordo com ele, uma colaboração com os serviços secretos paquistaneses poderia colocar ter colocado risco a missão. O presidente paquistanês nega que o país soubesse do paradeiro do líder da Al Qaeda, que estava desarmado no momento da operação.

Jornalistas visitam nesta terça-feira a casa onde morava Bin Laden.
Jornalistas visitam nesta terça-feira a casa onde morava Bin Laden. Reuters/Akhtar Soomro
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De acordo com Panetta, as forças paquistanesas "poderiam ter alertado o alvo", principalmente porque a CIA não tinham uma confirmação da presença de Bin Laden na mansão situada a Abbottabad, a cerca de 80 quilômetros de Islamabad. Os satélites americanos não haviam conseguido identificar o líder da Al Qaeda ou um membro de sua família, segundo ele. Para esta operação, os integrantes da CIA atribuíram a Ben Laden o nome de Gerônimo. Segundo analistas do serviço secreto, as chances de encontrá-lo no local eram de 60 a 80%.

Em entrevista à imprensa nesta terça-feira, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney,  disse que Bin Laden não estava armado, mas resistiu antes de ser morto. Sua esposa foi ferida durante o ataque, mas não morreu.A Casa Branca ainda discute a possibilidade de divulgar fotos do cadáver do líder da Al Qaeda, que foi jogado no mar, mas teme protestos e reações no mundo muçulmano, já que a imagem é "abominável", segundo a própria Casa Branca. Ainda segundo Carney, as relações com o Paquistão são "complicadas, mas importantes."

O Paquistão reagiu à declaração do chefe da CIA. Segundo um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores, uma operação semelhante, sem o conhecimento e autorização das autoridades paquistanesas, não deve voltar a acontecer. O texto também destaca que ações “unilaterais não devem se tornar uma regra, nem abrir um precedente para outros estados, e que tais ações prejudicam a cooperação e representam muitas vezes uma ameaça para a paz e a segurança internacional.” O Ministério também negou que os helicópteros americanos tivessem decolado de bases paquistanesas.

Depois da descoberta do esconderijo de Bin Laden, situado ao lado da academia militar do Paquistão, o engajamento do país na luta contra o terrorismo está sendo visto com reservas. O ministro francês das relações exteriores, Alain Juppé, disse nesta terça-feira que “falta clareza” na posição do Paquistão. Para ele, “é difícil imaginar que a presença de uma pessoa como Bin Laden possa ter,passado completamente despercebida.” Uma parte dos serviços secretos paquistaneses é acusada de apoiar os talibãs.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse no parlamento que o Paquistão continua sendo um aliado, mas Bin Laden contava provavelmente com algum tipo de apoio no país. Em um artigo publicado nesta terça-feira no jornal The Washington Post, o presidente paquitanês, Asif Ali Zardari, negou as acusações, afirmando que a morte de Bin Laden era o resultado de uma década de cooperação e parceria com os Estados Unidos. Temendo represálias, diversos países europeus reforçaram a segurança em embaixadas e monumentos, caso da Itália, que aumentou o número de policiais em torno do Vaticano.
 

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