Bento XVI se preocupa com a desvalorização do catolicismo no México

Acolhido calorosamente em sua chegada a cidade de León, no México, na sexta-feira, o Papa Bento XVI fez um apelo à liberdade religiosa e à defesa da dignidade humana de todos. Neste sábado, ele se encontra com o presidente mexicano para falar de sua preocupação sobre a desvalorização do catolicismo.

Papa cumprimentando fiéis na sua chegada à cidade de Leon, no México, na sexta-feira, dia 23 de março. REUTERS/Osservatore Romano

As relações entre a Igreja Católica e o Estado não são fáceis no México. As primeiras declarações do Papa no país têm a intenção de estimular um diálogo e o reconhecimento do papel da religião. O religioso não vê com bons olhos que as tradições católicas estão sendo descartadas no país e não aprova as evoluções que vêm acontecendo, como a legalização do aborto em 14 estados e as reivindicações pelo direito da união homossexual. Para ele, esta é uma prova de que os católicos perderam uma visão clara de Deus.

O Papa deve se dirigir neste sábado a cidade de Guanajuato, no mesmo estado de León, para uma visita de cortesia ao presidente Felipe Calderón, com quem deve conversar sobre suas preocupações sobre a desvalorização do catolicismo no México. O secretário de Estado do Vaticano, Tarcisio Bertone, também deve se encontrar com vários ministros, entre eles, a ministra das Relações Exteriores, Patricia Espinosa.

Da sacada da Casa del Conde Rul, onde os encontros com os dirigentes mexicanos acontecerão, Bento XVI também deve discursar sobre as jovens gerações da América Latina para centenas de crianças.

Todo o estado de Guanajuato, um bastião tradicionalmente católico do país, está mobilizado para acolher o religioso alemão, que afirmou estar na América Latina para os seguir os passos de seu antecedente, João Paulo II, um papa muito popular entre os latinos.

O momento mais esperado pelos fieis neste três dias de visita ao México será a missa de domingo no Parque Bicentenário das Independências, em Silao, perto de Leon. Milhares de mexicanos comparecerão ao evento. Religiosos e jovens católicos já começam a chegar no local para a tão aguardada missa.

Em contrapartida, Bento XVI deve enfrentar críticas sobre o abafamento dos escândalos sobre religiosos pedófilos no Vaticano. Ele demorou vários anos até reagir às revelações sobre os crimes de pedofilia do fundador mexicano do grupo Legionários de Cristo, padre Marcial Maciel Degollado, que morreu em 2008.

Na segunda-feira, o Papa vai a Cuba com o objetivo de “ajudar a criar um diálogo construtivo” com o regime comunista.