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França/Governo

Socialistas enfrentam rebelião da base aliada em voto de confiança

O primeiro-ministro francês, Jean Marc-Ayrault, enfrenta hoje um voto de confiança em seu governo que deve revelar as primeiras tensões entre a maioria socialista e a base aliada na Assembleia Nacional. Caciques da bancada ambientalista e deputados comunistas prometem se abster na votação, insatisfeitos com as primeiras medidas anunciadas pelo presidente François Hollande nas áreas econômica e de energia nuclear.

O premiê francês, Jean-Marc Ayrault (d), recebe o relatório sobre as finanças públicas das mãos de Didier Migaud, presidente do Tribunal de Contas, nesta segunda-feira.
O premiê francês, Jean-Marc Ayrault (d), recebe o relatório sobre as finanças públicas das mãos de Didier Migaud, presidente do Tribunal de Contas, nesta segunda-feira. REUTERS/Piotr Snuss
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A partir das 15h no horário local, 10h em Brasília, o premiê Jean-Marc Ayrault apresenta aos parlamentares o programa do governo socialista para os próximos cinco anos. Em seu discurso, ele tentará convencer o plenário que a longa lista de reformas que será enviada a partir de amanhã para votação na Assembleia e no Senado não submetem a França a um regime de austeridade, e sim unem o país num momento de esforço coletivo para sanear as finanças públicas.

Um relatório divulgado ontem pelo Tribunal de Contas revelou que os socialistas precisam encontrar de 6 a 10 bilhões de euros, até 25 bilhões de reais, de novas receitas para fechar as contas este ano com um déficit de 4,5% do PIB. A situação será mais tensa em 2013, quando faltarão 33 bilhões de euros para a França cumprir a meta de redução do déficit público a 3% do PIB, uma projeção que leva em conta um crescimento da economia da ordem de 1% no ano que vem.

O discurso de Ayrault na Assembleia será seguido pela votação de uma moção de confiança no primeiro-ministro. É nessa hora que ficarão claras as primeiras tensões no governo do presidente François Hollande. Caciques do Partido Verde, que compõem a base aliada, declararam na manhã de hoje que vão se abster do voto de confiança no premiê Ayrault. É uma resposta ao recente afastamento da ministra do Meio Ambiente, Nicole Bricq, que bloqueou a exploração de poços de petróleo pela Shell na Guiana Francesa. O deputado Noel Mamère, um dos rebelados, também discorda de medidas anunciadas no setor de energia nuclear.

A bancada comunista também promete se abster do voto de confiança, alegando que os eleitores franceses não elegeram Hollande para substituir a austeridade de direita pela austeridade de esquerda.

A revolta na base aliada só marca um revés político para Hollande em início de mandato, já que os socialistas têm maioria no parlamento e não dependem do voto dos aliados para aprovar as reformas.

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