Popularidade de François Hollande despenca em pouco mais de um mês de governo

As medidas anunciadas pelo presidente François Hollande para reduzir as despesas públicas e o fechamento de uma fábrica da montadora Peugeot-Citroen, que vai sacrificar 3 mil empregos na região parisiense, são os principais destaques nos jornais desta sexta-feira, 29 de junho.

Capa dos principais jornais franceses A. DE FREITAS

O jornal progressista Libération estampa em manchete a determinação do novo governo francês de cortar 2,5% do pessoal nos ministérios. Escola pública, polícia e justiça serão os únicos setores poupados. Apesar das promessas de campanha, o governo socialista caminha na mesma linha de austeridade iniciada pelo ex-presidente Nicolas Sarkozy. E como assinala Les Echos, em pouco mais de um mês de governo a taxa de popularidade de François Hollande já recuou em 7 pontos nas pesquisas, caindo para 51%, enquanto a taxa de desconfiança no atual governo subiu 8 pontos. 44% dos franceses não confiam no presidente socialista.

Mesma desconfiança dos eleitores alemães, segundo Les Echos, que veem com pessimismo os vizinhos da Espanha, Itália e França pouco convincentes em sua disposição de aceitar sacrifícios para lutar contra os gastos públicos.

Les Echos lembra que o fechamento da fábrica da Peugeot de Aulnay-sous-Bois, uma unidade histórica por seu tamanho e importância econômica para a região parisiense, é o primeiro de uma montadora francesa nos últimos 20 anos. O movimento sindical é forte na unidade e vai obrigar o construtor a enfrentar um desafio de envergadura: convencer os assalariados a se reciclar em outras profissões.

O Le Figaro informa em primeira página que o partido Frente de Esquerda, do ex-candidato à presidência francesa Jean-Luc Mélenchon, ameaça se abster nas votações de reformas a serem enviadas à Assembleia Nacional pelo governo socialista, devido à insatisfação com as primeiras medidas econômicas anunciadas, entre elas o aumento irrisório do salário mínimo.