Acessar o conteúdo principal
França/Política

Proposta de Hollande pode provocar ruptura com Alemanha, diz ex-premiê

Na sede do governo de transição, o presidente eleito François Hollande intensifica as articulações para convencer outros dirigentes europeus sobre a pertinência de um plano de estímulo ao crescimento no bloco. Hollande recebe hoje a visita de Jean-Claude Juncker. O premiê do Luxemburgo e presidente do Eurogrupo é um importante aliado do socialista contra a ortodoxia do governo alemão.

Ontem, Herman Van Rompuy (e), presidente do Conselho Europeu, disse a Hollande que não é boa ideia renegociar o pacto fiscal.
Ontem, Herman Van Rompuy (e), presidente do Conselho Europeu, disse a Hollande que não é boa ideia renegociar o pacto fiscal. REUTERS/Fred Dufour/Pool
Publicidade

Assim como o primeiro-ministro italiano, Mario Monti, e o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, Jean-Claude Juncker é favorável à adoção de um viés de crescimento no pacto de rigor orçamentário cada vez mais impopular na Europa.

Ontem, Hollande não conseguiu convencer o presidente da União Europeia, o belga Herman Van Rompuy, que junto com a chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, consideram o pacto fiscal aprovado e inegociável.

Em discurso no parlamento alemão nesta quinta-feira, Merkel voltou a rejeitar qualquer afrouxamento na política de austeridade. "Um crescimento a crédito seria retornar ao início da crise", declarou a primeira-ministra. "Não aceitamos essa opção e não faremos assim", disse Merkel em tom firme, sob aplausos dos deputados.

Na França, o ex-primeiro-ministro socialista Michel Rocard previu hoje uma possível "ruptura" entre Merkel e Hollande por causa da política de crescimento. Rocard afirmou que o crescimento alemão também está comprometido, mas julgou difícil renegociar o pacto fiscal aprovado por 25 dos 27 países da União Europeia. "Temo que o governo francês parta para a briga, quando a regra do jogo na Europa é de compromisso progressivo", declarou o ex-premiê. Rocard reconhece que o tratado negociado, focado unicamente no retorno ao equilíbrio orçamentário e na redução dos déficits, é incompleto.

Fillon entrega demissão do governo

O primeiro-ministro francês, François Fillon, entregou hoje ao presidente Nicolas Sarkozy a demissão de seu governo, conforme prevê a legislação. Até a posse de François Hollande, na terça-feira, dia 15, que será seguida da nomeação do primeiro-ministro e do ministério do novo governo socialista, Fillon continuará despachando os assuntos correntes.

Hoje, Hollande foi oficialmente proclamado presidente francês com a divulgação dos resultados do segundo turno pelo Conselho Constitucional. O socialista foi eleito com 51,6% dos votos contra 48,4% de Nicolas Sarkozy.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.