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França/Paquistão

França cobra de premiê paquistanês "clareza" no combate ao terrorismo

Em visita oficial a Paris nesta quarta-feira, o primeiro-ministro do Paquistão, Yusuf Raza Gilani, afirmou que o mundo inteiro falhou durante muito tempo até encontrar Osama Bin Laden e todos devem ajudar seu país a enfrentar o terrorismo. A França diz estar disposta a ajudar, mas cobra das autoridades paquistanesas maior "clareza" no combate a Al Qaeda e a outros grupos extremistas islâmicos. 

O primeiro-ministro paquistanês, Yusuf Raza Gilani.
O primeiro-ministro paquistanês, Yusuf Raza Gilani. Reuters
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O primeiro-ministro paquistanês, Yusuf Raza Gil, disse na manhã desta quarta-feira em Paris que houve uma falha dos serviços secretos de todos os governos, e não apenas do Paquistão, na demora em encontrar o esconderijo de Bin Laden, em Abbottabat , que ficava próximo da maior academia militar paquistanesa. Gilani pediu que os países ocidentais parem de divulgar imagens negativa de seu país, lembrando que o Paquistão já "pagou uma longa dívida" com o "sacrifício de 30 mil pessoas" na luta contra o terrorismo, problema número um do governo local.

O papel do Paquistão na luta contra o terrorismo é questionado na comunidade internacional. Os Estados Unidos disseram que não avisaram as autoridades de Islamabad sobre a operação à fortaleza de Bin Laden com medo de que o líder da Al Qaeda fosse avisado.

Essa suspeita de cumplicidade com o terrorismo pode ser lida nas entrelinhas das declarações oficiais. O ministro francês das Relações Exteriores, Alain Juppé, assinalou que as autoridades paquistanesas não formam um governo coeso e "falta clareza sobre a real vontade do país de combater a Al Qaeda". O premiê François Fillon frisou que Islamabad precisa dar provas de um combate sem trégua aos rebeldes talibãs paquistaneses e afegãos.

No encontro entre o presidente Nicolas Sarkozy e o primeiro-ministro Gilani, além do terrorismo, outros três assuntos delicados vão estar em pauta. O Paquistão precisa de ajuda militar. Tem interesse particular na compra de armas e submarinos franceses para ficar em pé de igualdade com seu maior rival, a vizinha Índia.

O Paquistão quer diversificar suas fontes de energia e o nuclear francês seria uma opção interessante. Porém, muitos analistas estimam que a França dificilmente se comprometeria com uma cooperação nessa área pelo risco de desvio de tecnologia e combustível nuclear para o programa militar paquistanês, detentor da bomba atômica.

Apesar de receber ajuda do FMI, o Paquistão também precisa de ajuda financeira. A economia paquistanesa sofreu um duro golpe com as inundações do ano passado, que deixaram 28 milhões de desabrigados. O primeiro compromisso do primeiro-ministro paquistanês em Paris foi uma reunião no Medef, a maior federação empresarial francesa.

França teme ameaça terrorista

A França teme represálias após a morte de Bin Laden. A afirmação foi feita na manhã desta quarta-feira pelo ministro francês do Interior, Claude Guéant, responsável pela segurança do país. Segundo o ministro, Bin Laden incarnava a guerra santa internacional e a Al Qaeda é uma organização muito descentralizada com vários grupos autônomos e atuantes ao redor do mundo.

 

 

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