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Estado da economia francesa preocupa a imprensa

O governo francês acaba de apresentar seu projeto de orçamento do Estado (PLF) e de orçamento da Seguridade Social (PLFSS) para 2024. A situação das finanças públicas na França continua preocupante, devido ao elevado nível de endividamento do país. Além disso, a crise na construção civil – setor impactado pelo enxugamento do crédito –, também preocupa os analistas, como mostram as manchetes desta quinta-feira (28). 

O ministro da Economia e Finanças, Bruno Le Maire (à direita), e Thomas Cazenave, ministro encarregado das Contas Públicas (à esquerda), durante apresentação do projeto de orçamento do Estado (PLF) e de orçamento da Seguridade Social (PLFSS) para 2024.
O ministro da Economia e Finanças, Bruno Le Maire (à direita), e Thomas Cazenave, ministro encarregado das Contas Públicas (à esquerda), durante apresentação do projeto de orçamento do Estado (PLF) e de orçamento da Seguridade Social (PLFSS) para 2024. MEHDI FEDOUACH
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De acordo com o diário econômico Les Echos, o ministro da Economia e Finanças, Bruno Le Maire, o orçamento do Estado leva em conta três prioridades: reduzir a dívida, combater a inflação e investir na transição energética. Mas, na avaliação do jornal, solucionar a equação "está difícil".

"O governo quer mostrar que leva o orçamento a sério, mas diante de uma dívida que ultrapassou € 3 trilhões e de um déficit público projetado de 4,4%, acima do teto de 3% preconizado pela União Europeia, a economia francesa tem um dos piores desempenhos na zona do euro", destaca o Les Echos

Segundo o Le Figaro, a maior parte das economias virá do fim gradual dos auxílios excepcionais concedidos pelo governo para reduzir o impacto da alta da inflação e o aumento de preços da eletricidade, fatores decorrentes da guerra na Ucrânia. O veículo lamenta, no entanto, que os projetos contemplem poucas reformas estruturais.

Ambos os jornais não estão convencidos que os cortes apresentados sejam suficientes para diminuir o déficit público.

Os debates no Parlamento prometem ser acalorados, nota o Les Echos. Sem a maioria absoluta na Assembleia e provavelmente sem o apoio da oposição, o governo poderia decidir adotar os projetos de lei sem votação dos deputados, recorrendo, como fez no passado, ao artigo constitucional 49-3. 

O jornal Libération critica em reportagem de capa a demora do governo em enfrentar a crise que atinge o setor da construção civil. A política de alta de juros adotada pelo Banco Central Europeu para diminuir a inflação encareceu demais os juros do crédito imobiliário, assinala o jornal.

Paralelamente, o aumento da pobreza faz com que exista uma demanda cada vez maior por habitação popular, que não vem sendo acompanhada por maior oferta de imóveis. Para o Libération, o governo tem adiado a resolução de um dos motivos de maior preocupação dos franceses: o acesso à moradia.

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