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Defensores da monarquia desfilam nas ruas de Paris após terem protesto proibido

Cerca de 500 pessoas desfilaram pelas ruas de Paris na manhã deste domingo (14) durante um protesto convocado pelo movimento defensor da monarquia Action française. A manifestação, que visava homenagear Joana D’Arc, deveria ter sido realizada na véspera, mas foi proibida pelas autoridades, antes de ser liberada.

Manifestantes convocados pelo grupo monarquista Action française protestaram em Paris diante da estátua de Joana D'Arc após passeata que havia sido proibida, antes de ter sido autorizada pelo tribunal administrativo.
Manifestantes convocados pelo grupo monarquista Action française protestaram em Paris diante da estátua de Joana D'Arc após passeata que havia sido proibida, antes de ter sido autorizada pelo tribunal administrativo. AFP - THOMAS SAMSON
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Usando boinas e braçadeiras nas cores da bandeira francesa, os manifestantes, principalmente homens, de várias idades, marcharam do centro da cidade em direção à estátua de Joana D’Arc, perto do museu do Louvre. No cortejo era possível ouvir slogans como “Viva o rei”, ou “Abaixo a República”.

Personagem emblemática da história francesa por ter contribuído no combate contra os ingleses durante a Guerra de Cem Anos, antes de ter sido queimada viva e canonizada anos mais tarde, Joana D’Arc é frequentemente celebrada pela extrema direita por representar a defesa do país contra o invasor estrangeiro. Durante muito tempo a estátua dourada da heroína sentada em um cavalo, situada no centro de Paris, marcava o final da passeata de Primeiro de Maio organizada por Jean Marie Le Pen, líder tradicional da extrema direita, e por sua filha Marine.

A manifestação do grupo Action française prevista em Paris havia sido proibida pelas autoridades de segurança da capital, que temiam tensões nas ruas da cidade. Mas os organizadores contestaram e uma decisão do tribunal administrativo divulgada na noite de sábado (13) autorizou o evento, baseando-se no princípio da liberdade de se manifestar.

O tribunal sublinha, em particular, que a manifestação “não constitui incitação à perturbação da ordem pública, mesmo tendo em conta o contexto de tensões sociais atuais”, e lembra que a passeata já havia sido organizada no passado.

“A França em perigo”

“Defendemos o direito de manifestação nos baseando na lei e na jurisprudência francesas”, disse Olivier Perceval, secretário-geral da Action française. "Nunca houve um incidente. Esta não é uma manifestação de protesto, nós honramos Joana D'Arc. A extrema esquerda diz que somos uma ameaça à ordem pública, nós nunca quebramos nada. Somos um partido que defende a ordem", insistiu.

A realização de um colóquio organizado pelo grupo defensor da monarquia também foi autorizada. Intitulado “A França em perigo”, o evento foi realizado sob um forte dispositivo de segurança da polícia e reuniu cerca de 350 pessoas, várias delas usando máscaras e vestidas de preto.

Multiplicação de eventos de grupos considerados extremistas

A Secretaria de Segurança Pública de Paris, que tentou impedir a passeata do grupo defensor da monarquia, também havia proibido a realização de outros eventos do gênero previstos neste fim de semana, entre eles cinco organizados por movimentos classificados como de extrema direita. Uma marcha da associação de militares “Place d’armes” estava prevista no sábado e deveria cruzar o caminho de um cortejo dos “coletes amarelos”.  

Uma passeata organizada pelo grupo “Nacionalistas” também teve sua realização proibida. O tribunal considerou que havia um risco importante de que o evento fosse marcado por “gestos incitando o ódio racial”.  

(Com informações da AFP)

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