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França registra alta no crescimento, mas inflação continua pesando nos preços

A França registrou um crescimento de 0,5% no segundo trimestre deste ano em relação aos três primeiros meses de 2022, mas a alta dos preços, que ultrapassou os 6% em julho, continua pesando no bolso dos consumidores. É o que mostra a análise sobre a  estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) do país, publicada nesta sexta-feira (29) pelo Instituto Nacional de Estatísticas e de Estudos Econômicos da França (Insee). 

A França registrou um crescimento econômico de de 0,5% no segundo trimestre, mas resultados ainda são parciais. Na foto, o ministro francês da Economia, Bruno Le Maire.
A França registrou um crescimento econômico de de 0,5% no segundo trimestre, mas resultados ainda são parciais. Na foto, o ministro francês da Economia, Bruno Le Maire. © AFP/Ludovic Marin
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O dado ainda será confirmado no fim de agosto, mas gera otimismo para o governo, já que o crescimento esperado para o segundo trimestre era estimado a 0,25% pelo Insee. "Essa é uma vitória da economia francesa nesses tempos tão difíceis", comemorou o ministro da Economia, Bruno Le Maire. 

"É uma boa surpresa, mas temos que prestar atenção nos detalhes", diz Ana Boata, diretora de pesquisa econômica da Allianz Trade.

"O fato do consumo ainda estar em baixa, apesar de uma política de apoio consistente, é revelador", acrescentou, em uma mensagem no Twitter, Gilles Moëc, economista chefe do grupo Axa. As ajudas aos dispositivos de apoio às empresas e aos particulares "não compensam a perda de confiança dos consumidores em um contexto difícil", acrescentou.

O índice dos preços para os consumidores, também publicado pelo Insee nesta sexta-feira, e superou os 6% em um ano. Um recorde de 5,8% já havia sido registrado em junho.

O diretor de estudos econômicos do Insee, Nicolas Carnot, também lembra que a inflação "ainda não atingiu seu pico". O ministro da Economia francês prefere manter o otimismo. "A inflação é nosso principal motivo de preocupação, mas antecipamos uma queda em 2023", disse Bruno Le Maire.

Apesar das incertezas em relação aos próximos meses, o bom resultado preliminar do PIB se explica pela contribuição do comércio exterior ao crescimento francês. As importações recuaram em 0,6% enquanto as exportações cresceram 0,8%. Em contrapartida, as exportações de bens, em setores como os de materiais de transporte ou agrolimentar, caíram em 0,6%.

Diante dos bons resultados, a Bolsa de Paris registrou alta de 1,72% nesta sexta-feira, a maior desde o início de junho. Desde julho, o CAC 40, principal índice da bolsa parisiense, subiu 8,87%, seu maior desempenho mensal desde novembro de 2020.

O consumo de bens e serviços na França está sendo sustentado pelas despesas dos turistas estrangeiros  ressalta o Instituto Nacional de Estatísticas e de Estudos Econômicos da França.
O consumo de bens e serviços na França está sendo sustentado pelas despesas dos turistas estrangeiros ressalta o Instituto Nacional de Estatísticas e de Estudos Econômicos da França. REUTERS - BENOIT TESSIER

Volatilidade

O consumo registrou uma queda de 1,3% na França, mas os serviços tiveram uma alta de 1,5%. As duas tendências são consideradas contraditórias e resultam em um recuo global de 0,2% do consumo dos lares franceses no segundo trimestre. 

"O consumo de bens e serviços na França está sendo sustentado pelas despesas dos turistas estrangeiros", ressalta o Insee. A expectativa, segundo o instituto, é de que o crescimento médio para 2022 seja de 2,5% se a produção se estabilizar. A guerra na Ucrânia e a inflação, que atingiu seus maiores níveis desde 1980, podem prejudicar o contexto econômico, que continua volátil. 

(Com informações da AFP)

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