Escândalo de financiamento russo da extrema direita na Alemanha tumultua eleições europeias
Faltando dois meses para as eleições europeias, o caso do financiamento russo de políticos da extrema direita alemã por meio de uma plataforma de informações sediada na República Tcheca vem ameaçando e constrangendo os partidos envolvidos. Entre eles está a principal liderança da extrema direita alemã, a Alternativa para a Alemanha (AfD). Dois dos líderes da legenda terão que se explicar e seus oponentes políticos já exigem que eles tenham a imunidade parlamentar suspensa.
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Pascal Thibaut, correspondente da RFI em Berlim
A liderança do principal partido de extrema direita alemão, a AfD, está aguardando explicações dos dois líderes da lista de candidatos da legenda para as eleições europeias.
As raras declarações de Maximilian Krah e Petr Bystron referentes a essa campanha de difamação contra eles, por causa de um suposto financiamento russo, vem sendo consideradas insuficientes. De acordo com a plataforma tcheca Denik N, as gravações de áudio confirmam que dinheiro de origem russa foi pago a Petr Bystron, atualmente membro do Bundestag.
Financiamento russo a partidos de extrema direita na Europa
Na semana passada, o governo de Praga impôs sanções contra os operadores do site Voice of Europe, acusados de promover os interesses de Moscou. Um oligarca pró-russo de origem ucraniana, Viktor Medvedchuk, está na mira. As investigações apontam para pagamentos a líderes de extrema direita em vários países europeus, incluindo Alemanha, França e Polônia.
Petr Bystron e Maximilian Krah já deram entrevistas ao site Voice of Europe no passado. Os dois homens são conhecidos por sua proximidade com Moscou, o que alguns membros da AfD consideram muito abrangente. Maximilian Krah comemorou seu 43º aniversário ao lado do oligarca Viktor Medvedchuk há três anos. O caso ocorreu no pior momento possível para o AfD, faltando dois meses para as eleições europeias.
Julgamento do escândalo que chocou sociedade alemã
Nove membros de um grupo armado, incluindo um aristocrata, um ex-deputado de extrema direita e um ex-oficial do exército de alto escalão, serão julgados na Alemanha a partir de 21 de maio por um golpe de Estado frustrado no final de 2022, que chocou o país. O julgamento é muito aguardado.
Os acusados são suspeitos de serem os líderes de um grupo alimentado por conspiração e ideologias de extrema direita, que planejava invadir o Bundestag, a câmara baixa do parlamento alemão em Berlim, para prender membros do parlamento e derrubar o governo.
Eles serão julgados por "participação em uma organização terrorista" até pelo menos janeiro de 2025, em cerca de cinquenta audiências, informou o tribunal de Frankfurt, onde o julgamento será realizado, na terça-feira.
Esse é o principal caso contra essa rede, cujo desmantelamento no final de 2022 destacou a ameaça conspiratória e antissistema na Alemanha.
Os 26 membros restantes dessa tentativa de golpe aparecerão em dois julgamentos separados, começando em 29 de abril em Stuttgart para nove deles, e em Munique a partir de 18 de junho para os outros.
(RFI e AFP)
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