Para controlar uso de dinheiro público, 14 estados alemães adotam cartão de débito para refugiados
Catorze estados alemães chegaram a um acordo nesta quarta-feira (31) para criar um cartão de débito para refugiados que chegam ao país. O objetivo da iniciativa é controlar melhor o subsídio que até agora era pago em dinheiro aos migrantes e reduzir a imigração ilegal no país, que cresceu em 2023.
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Para o governo alemão, o aumento do número de imigrantes ilegais no país explica em parte a popularidade do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que lidera as pesquisas na preferência do eleitorado.
Segundo Boris Rhein, que preside atualmente a conferência dos chefes de governo de 16 estados alemães, o acordo visa evitar que a ajuda financeira dada aos refugiados, antes paga em dinheiro, saia do país e alimente redes criminosas, principalmente de tráfico de pessoas.
Até agora, os refugiados que chegavam à Alemanha, após serem atendidos nos centros de acolhimento, onde são alimentados e alojados, recebiam € 182 euros mensais para as suas necessidades pessoais.
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De acordo com a oposição conservadora alemã, uma boa parte desse dinheiro foi enviada para o exterior e o sistema também teria incentivado os estrangeiros a virem para a Alemanha.
O novo cartão será adotado no próximo verão europeu e só funcionará dentro do país. Os refugiados poderão usá-lo para fazer compras de bens de primeira necessidade nas lojas, mas o dinheiro não poderá ser transferido.
Scholz sob pressão
Apenas dois estados preferiram não seguir esta iniciativa, incluindo a Baviera. As duas regiões devem em breve adotar medidas semelhantes, mas sem aplicar os mesmos critérios.
A imigração está no centro dos debates da Alemanha, onde a extrema direita ganha cada vez mais popularidade, o que preocupa o governo do chanceler Olaf Scholz.
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