Rússia desmente crimes de guerra após descoberta de vala comum e centenas de corpos em Izium
A Rússia chamou de "mentirosas" as informações sobre a descoberta de centenas de corpos e de uma vala comum em Izium, no leste da Ucrânia, após a retirada das forças de Moscou da região.
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"É uma mentira. Vamos defender a verdade nesta questão", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. Segundo as autoridades ucranianas, na semana passada foram encontradas mais de 440 sepulturas e uma vala comum em uma floresta nas proximidades de Izium, cidade libertada pelas forças de Kiev da ocupação russa.
Desde o início da intervenção militar na Ucrânia, a Rússia negou em várias oportunidades ter cometido abusos ou crimes. "É o mesmo roteiro de Bucha", acrescentou Peskov, em referência a outra cidade da Ucrânia onde as forças russas foram acusadas de cometer crimes, o que Moscou nega.
O porta-voz do Kremlin também afirmou, nesta segunda-feira (18), que a península da Crimeia, anexada em 2014 por Moscou, é "parte integrante do território da Rússia", depois que autoridades ucranianas reiteraram que pretendem acabar com a "ocupação" russa. "Qualquer ataque contra o território russo receberá uma resposta apropriada", acrescentou Peskov.
Em Kupiansk, Izium e Balaklia, no leste da Ucrânia, cidades recém-recuperadas pelas forças ucranianas, há relatos de detenções arbitrárias e torturas realizadas pelos ocupantes. Na sexta-feira, o chefe da polícia nacional ucraniana, Igor Klymenko, havia anunciado a descoberta de "pelo menos dez salas de tortura na região de Kharkiv". O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, qualificou os ocupantes russos de "assassinos" e "torturadores".
Operadora acusa Rússia de bombardear central
A operadora nuclear ucraniana, Energoatom, acusou nesta segunda-feira a Rússia de ter bombardeado a zona industrial da central de Pivdennoukrainsk, no sul do país. "Uma forte explosão aconteceu a apenas 300 metros dos reatores", afirmou a Energoatom no Telegram.
"No momento, os três reatores da central estão funcionando de maneira regular", indicou a operadora pública. O ataque não provocou mortos ou feridos. O bombardeio quebrou os vidros de quase 100 janelas no edifício da central e forçou o desligamento por alguns minutos das três linhas de alta tensão da central.
"A Rússia coloca em perigo o mundo inteiro. Devemos interrompê-la antes que seja muito tarde, afirmou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que divulgou um vídeo das câmeras de segurança que mostra uma grande explosão. Outra central nuclear ucraniana, a de Zaporíjia, ocupada por tropas russas, foi bombardeada diversas vezes nos últimos meses. Kiev e Moscou trocaram acusações sobre os bombardeios em Zaporíjia e o risco de provocar um acidente nuclear.
(Com informações da AFP)
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