Separatistas pró-russos intensificam ataques no leste da Ucrânia

Pelo menos 5 soldados morreram e 36 ficaram feridos nas últimas 24 horas no leste da Ucrânia. Segundo o exército ucraniano, nesse período, os separatistas lançaram mais de 100 ataques de artilharia, com mísseis e blindados contra posições do exército. No domingo, o balanço indicava 30 mortos, sendo 17 civis.

Na Ucrânia os combates intensificaram-se neste domingo(1) no leste do país o objetivo é manter o controle da cidade estratégica de Debaltseve, onde o exército ucraniano procura afastar os separatistas pró-russos. REUTERS/Maxim Shemetov

Os combates mais violentos opõem as forças governamentais e os rebeldes separatistas em Debaltseve. A cidade, considerada estratégica por ligar Donetsk e Lugansk, é controlada pelo governo, mas é alvo de um ofensiva dos rebeldes. Assustada com os intensos bombardeios, a população foge em massa de Debaltseve, onde não há mais eletricidade, água nem aquecimento nas casas. Segundo um dos jornalistas da agência France Presse, um dos ônibus fretados para tirar os moradores do local foi atingido por um obus.

O presidente francês François Hollande e a chanceler alemã, Angela Merkel, conversaram ontem durante 45 minutos por telefone com o presidente ucraniano Petro Poroshenko. Os líderes pediram o cessar-fogo imediato dos combates e lamentaram o fracasso das discussões do grupo de contato em Minsk.

Separatistas convocam mobilização geral

O líder da autoproclamada República de Donetsk, Alexandre Zakhartchenko, declarou nesta segunda-feira (2) que espera mobilizar 100 mil combatentes nos próximos 10 dias para enfrentar as tropas oficiais do exército ucraniano.

Na semana passada, os rebeldes pró-russos ameaçaram expandir os ataques a vários territórios nas regiões de Donetsk e Lugansk, sobretudo em áreas que são controladas pelas forças oficiais.

Reunião em Minsk não traz avanços

A reunião na capital da Belarus, no sábado (31), deveria levar à retomada nas negociações de paz, mas terminou sem avanços. O governo de Kiev diz que os separatistas pró-russos ameaçaram com um ultimato para uma ofensiva ampla no leste.

A OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação da Europa) acusa os separatistas de querer revisar os acordos firmados em setembro. A Rússia, acusada pelos ocidentais de armar os rebeldes, diz que ainda é cedo para avaliar os resultados das discussões. Segundo o New York Times, com a falta de avanços nas discussões, a Otan e os Estados Unidos estudam fornecer mais armas defensivas para o governo ucraniano.