Pacote de ajuda a Portugal deve ser aprovado antes das eleições, diz UE

O pacote de austeridade, que ainda está sendo definido pela União Europeia, pode chegar a 90 bilhões de euros. A oposição portuguesa defende que a negociação ocorra depois das eleições, programadas para o início de junho, mas o bloco e o FMI querem antecipar a aprovação do plano de ajuda o mais rápido possível, para evitar um novo risco de contágio na zona euro.

A oposição defende que o pacote de austeridade seja negociado depois das eleições. Reuters

Adriana Niemeyer, correspondente da RFI em Lisboa

"Não há possibilidade de qualquer financimento fora das regras já decididas pelos Estados da União Européia", afirmou o presidente da Comissão, o português José Manuel Durão Barroso, sublinhando que a ajuda a Portugal será um programa de médio prazo com condições definidas, podendo depois criar uma possibilidade do financiamento em cotas. "Vamos tentar que a primeira parcela garanta as necessidades de financiamento do país", disse Barroso após o ministro das finanças de Portugal, Teixeira dos Santos ter anunciado, nesta quarta-feira, que o país só tem fundos até maio.

Durão Barroso pede responsabilidade aos partidos políticos, e que se “concentrem” mais na situação econômica do país do que na campanha eleitoral, para que a ajuda possa ser aprovada até o proximo mês. Ela lembra que a data das eleições foi estabelecida pelas autoridades portuguesas. Apesar do partido da oposição PSD dar preferência a um empréstimo intermediário, que permita ao país "sobreviver até às eleições de 5 de junho, para que o pacote de austeridade seja negociado só pelo próximo governo", Bruxelas já disse e repetiu que isso não existe. A ajuda será negociada de uma só vez, num pacote único.

O primeiro-ministro demissionário José Sócrates assume então as difíceis negociações com todos os partidos. O objetivo alcançar um compromisso das várias vertentes políticas para a aplicação das medidas de austeridade que forem discutidas com o Fundo Monetário Internacional.