Europa pronta a ajudar Portugal sob condições
A crise portuguesa, acentuada pela demissão do premiê José Socrates, deve ser um dos temas dominantes da cúpula da União Europeia que começa nesta quinta-feira, em Bruxelas. Vários líderes europeus aceitam ajudar financeiramente Portugal, mas exigem que o governo português continue reduzindo o déficit do país.
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O ministro belga das finanças, Didier Reynders, defende a ajuda europeia. Para ele, com o resgate financeiro Portugal vai pagar menos juros para financiar sua dívida e poderá exigir menos sacrifícios de sua população. Didier Reynders lembrou no entanto que o governo português tem que fazer formalmente o pedido de ajuda.
O primeiro-ministro sueco, Fredrik Reinfeldt, garantiu que se o pedido for feito o bloco já dispõe dos recursos necessários. Um eventual pacote de ajuda da União Europeia e do FMI a Portugal poderia atingir até 100 bilhões de euros, mas o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker calcula que o montante apropriado seria de 75 bilhões.
Juntamente com outros líderes europeus, Jean-Claude Juncker condiciona essa eventual ajuda a novas medidas de redução de gastos no país. A chanceler alemã, Angela Merkel, pediu nesta quinta-feira que todos os partidos portugueses mantenham a política de austeridade para reduzir o déficit público do país iniciada por José Socrates.
O primeiro-ministro português pediu demissão na quarta-feira, após decisão do parlamento de rejeitar novas medidas de economia que visavam a redução do déficit público do país para 4,6% em 2011 e deviam evitar que o país recorresse a ajuda europeia para superar sua crise.
O governo demissionário continuará lutando para evitar um plano de resgate externo que “vai impor um programa de ajustes que o país não quer”, afirmou hoje em Bruxelas o porta-voz do conselho de ministros, Pedro Silva Pereira. O líder da oposição portuguesa, Pedro Passos Coelho, defende a redução do déficit, mas pede medidas diferentes das propostas por José Socrates.
A crise das dívidas nos países da zona euro desestabiliza o bloco e principalmente a moeda única europeia. Grécia e Irlanda já receberam respectivamente 110 e 85 bilhões de euros de ajuda da União Europeia e do FMI.
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