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Palma de Ouro recompensa francesa Justine Triet, 3ª mulher da história a levar o prêmio

O júri presidido pelo diretor sueco Ruben Ostlund confirmou os palpites de críticos e sites especializados que colocavam “Anatomie d’une Chute” como um dos favoritos à Palma de Ouro. A francesa Justine Triet é a terceira cineasta mulher da história a vencer o principal e prestigioso prêmio do Festival de Cannes.

A cineasta francesa recebe a Palma de Ouro das mãos da atriz Jane Fonda, neste sábado 27 de maio de 2023.
A cineasta francesa recebe a Palma de Ouro das mãos da atriz Jane Fonda, neste sábado 27 de maio de 2023. REUTERS - GONZALO FUENTES
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Adriana Brandão, enviada especial da RFI a Cannes

A cerimônia de encerramento do 76° Festival de Cinema de Cannes foi animada, como na abertura do evento, pela atriz Chiara Mastroianni, a filha de Marcello Mastroianni e Catherine Deneuve. Vários astros de Hollywood prestigiaram a noite, como Quentin Tarantino e Jane Fonda.

O japonês Koji Yakusho, ator do sensível e poético “Perfect Days” de Wim Wenders, foi consagrado com o prêmio de Interpretação Masculino. O longa do veterano cineasta alemão era um dos favoritos da crítica e foi recompensado um pouco mais cedo com o prêmio paralelo Ecumênico. Rodado no Japão, "Perfect Days" mostra o cotidiano de um funcionário da limpeza de banheiros públicos de Tóquio.

Merve Dizdar, protagonista de “Ervas Secas”, do turco Nuri Bilge Ceylan, foi considerada a melhor atriz dessa seleção 2023.

“Monster”

O melhor roteiro foi para o filme “Monster”, do japonês Kore-eda. O longa critica a sociedade japonesa pelo olhar de garotos e também levou a “Palma Queer". O drama conta a história de Minato, um pré-adolescente, órfão de pai, que começa a ter problemas de comportamento. O filme tem várias sequências, revelando diferentes pontos de vistas de personagens, que aprofundam e enriquecem a narrativa.

O Prêmio do Júri foi atribuído a “Les Feuilles Mortes” (Folhas Mortas) do finlandês Aki Kaurismaki. O cineasta veterano, várias vezes premiado em Cannes, mas nunca com a Palma de Ouro, era um dos grandes favoritos este ano pela crítica.

A surpresa da noite foi o Prêmio de Direção concedido ao franco-vietnamita Hùng Tran Anh, por “A paixão de Dodin Bouffant”. O filme sobre a relação amorosa do célebre gourmet francês do século 19 e sua cozinheira, estrelado por Juliette Binoche, não empolgou a plateia em Cannes.

O Grande Prêmio foi para “The Zone of Interest” do britânico Jonathan Glazer, apontado com um dos melhores filmes desta seleção. O longa é um drama de Holocausto e descreve o cotidiano da família do comandante nazista de Auschwitz, sem nunca mostrar os horrores do campo de concentração. Foi a primeira vez que Jonathan Glazer participou da competição oficial de Cannes.

“Anatomia de uma queda”

Sete cineastas mulheres foram selecionadas este ano, um recorde, e a expectativa de que uma delas vencesse era grande. “Anatomie d’une chute” é um drama de investigação. Um casal mora, com o filho deficiente visual, em uma região montanhosa e isolada. Um dia, o pai é encontrado morto, a mãe é a principal suspeita e o filho é a testemunha-chave do julgamento. A atuação da atriz alemã Sandra Hüller é incrível

Em seu discurso, Justine Triet denunciou a violência e a repressão contra o movimento recente francês contra a reforma da Previdência. Ela disse ainda que “o governo francês liberal está transformando a cultura em mercadoria e acabando com a exceção cultural francesa”.

A produção britânica “Firebrand”, dirigida pelo brasileiro Karim Aïnouz, não foi contemplada com nenhum prêmio. Mas o Brasil, que teve uma participação expressiva este ano com seis filmes em várias mostras, foi consagrado em Cannes. O longa “A Flor do Buriti”, sobre a resistência do povo indígena Kraho do norte de Tocantins, levou o prêmio "Ensemble" da mostra "Um Certo Olhar". O filme "Levante", de Lillah Halla, recebeu o troféu de melhor longa de estreia em mostras paralelas da Fipresci, a Federação Internacional de Críticos de Cinema.

Depois da cerimônia os convidados presentes ao Palácio dos Festivais puderam assistir ao filme de encerramento desta 76ª edição, a animação da Pixar, “Élémentaire”, de Peter Sohn.

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