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Caetano Veloso ganha crítica elogiosa na França pelas interpretações de músicas estrangeiras

A gravação do cantor e compositor baiano para a canção La Mer (O Mar), de autoria do francês Charles Trenet, encantou o escritor argentino Eduardo Berti, que assina nesta sexta-feira (12) um texto elogioso à obra de Caetano Veloso no jornal Libération. Crítico musical, Berti analisa as canções de compositores ou cantores estrangeiros que Caetano traz para seu repertório, sempre reinventando os registros originais.

Caetano Veloso durante sua turnê 'Meu Coco', na Arena Antel em Montevidéu, em 14 de junho de 2023.
Caetano Veloso durante sua turnê 'Meu Coco', na Arena Antel em Montevidéu, em 14 de junho de 2023. AFP - PABLO PORCIUNCULA
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Primeiro lançamento após seu último álbum de estúdio Meu Coco (2021) e contribuição especial para a trilha sonora do filme "Une famille", da escritora Christine Angot, "esta não é a primeira vez em que o gênio brasileiro canta em francês, mas sim mais uma prova de sua inventividade como intérprete", diz o argentino. Na opinião de Berti, diante do talento de Caetano como compositor, existe uma tendência de se relegar a um segundo plano o trabalho dele como intérprete, como acontece com escritores de livros quando traduzem obras magistrais.

O texto diz que Caetano tem uma capacidade ímpar para dar uma segunda vida às músicas que reconstrói e interpreta. "Três discos em especial, Qualquer Coisa (1975), Fina Estampa (1994) e A Foreign Sound (2004), deveriam ser suficientes para demonstrar a destreza do baiano nesta área", aponta a crítica.

"Apesar da expressão 'qualquer coisa' sugerir uma banalidade, o disco Qualquer Coisa é uma homenagem irreverente e elaborada a Jorge Ben, Chabuca Granda e aos Beatles, assim como um laboratório heterogêneo que precede mais dois registros conceituais: a exploração do repertório latino-americano para o público espanhol em Fina Estampa e a celebração da música popular americana (de Gershwin a Stevie Wonder) em A Foreign Sound", observa o argentino. 

Sorte do público e de seus admiradores em todo o mundo que sempre foi vital para Caetano ultrapassar seus próprios limites e composições. "É um estratagema lúcido contra esse Narciso que 'acha feio aquilo que não é espelho (Sampa)", assinala o texto do Libé. "Não surpreende que esta versão de O Mar evoque um espelho com ondas mais ou menos distorcidas", conclui Eduardo Berti.

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