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Bolshoi anula turnês internacionais até 2022 e teme que imagem da Sputnik V atrapalhe volta aos palcos

O teatro Bolshoi anunciou nesta terça-feira (27) a decisão de anular todas as apresentações internacionais da temporada por causa da pandemia. Mas o diretor da reputada instituição russa teme que, mesmo após março de 2022, suas trupes não possam viajar para o exterior por causa do ceticismo diante da vacina Sputnik V.

Membros do Balé Bolshoi durante ensaio (imagem de arquivo, antes da pandemia)
Membros do Balé Bolshoi durante ensaio (imagem de arquivo, antes da pandemia) AP - Alexander Zemlianichenko
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“Todas as nossas turnês previstas para esta temporada estão anuladas até março de 2022”, declarou o diretor do teatro, Vladimir Ourine, ao apresentar a programação do ano. O Bolshoi, que tem uma filial de sua escola de balé no Brasil, é conhecido por suas companhias que viajam pelo mundo, além das trupes que se apresentam permanentemente em Moscou.

Segundo Ourine, a companhia já se prepara para as apresentações no segundo trimestre de 2022. No entanto, ele teme que a imagem da vacina russa Sputnik V possa ter um impacto negativo nessa volta aos palcos internacionais.

“As primeiras turnês estão previstas para após esta data (março), mas não sabemos ainda se elas acontecerão ou não. Temos ouvido cada vez mais declarações de que os países estrangeiros não aceitarão as vacinas que temos por aqui e que não nos aceitarão com essa vacina”, disse ele em alusão ao imunizante aplicado em dezenas de países além da Rússia, mas que ainda não foi validado pelas agências europeia e americana de medicamentos. Uma resistência que tem levado alguns países, entre eles o Brasil, a boicotar o produto.

150 membros da trupe com Covid

Ourine disse ainda que os últimos meses foram muito difíceis para a companhia, tanto do ponto de vista financeiro como humano. No auge da pandemia, em novembro, 150 pessoas trabalhando no Bolshoi foram contaminadas pela Covid-19.

Apesar da anulação dos espetáculos no exterior, o Bolshoi pretende manter as coproduções realizadas fora do país, como Ariodante de Haendel, em uma montagem dirigida pelo americano David Alden e o italiano Gianluca Capuano, ou ainda uma versão de Lohengrin de Wagner, produzida junto como Met de Nova York e dirigida pelo americano-alemão Evan Rogister.

Após o confinamento no primeiro semestre de 2020, a Rússia decidiu abandonar a ideia de impor novas medidas restritas para tentar preservar a já fragilizada economia do país. As casas de shows foram autorizadas a reabrir em agosto do ano passado e as cortinas do famoso teatro Bolshoi foram reerguidas em meados de setembro.

No entanto, apenas metade da sala do Bolshoi é preenchida. Além disso, o público deve usar máscara de proteção e respeitar o distanciamento físico.

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