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Cinema/Oscar

Cerimônia do Oscar: “1917” como favorito e nova polêmica sobre falta de diversidade

O filme de guerra “1917” é o grande favorito na cerimônia do Oscar, que acontece na noite deste domingo (9) em Los Angeles. Na categoria melhor filme estrangeiro, o francês “Os Miseráveis” concorre com o sul-coreano “Parasita”. O Brasil pode levar pela primeira vez um Oscar com o documentário "A democracia em Vertigem", de Petra Costa.

A britânica, Cynthia Erivo, é a única atriz negra a ser indicada ao Oscar 2020.
A britânica, Cynthia Erivo, é a única atriz negra a ser indicada ao Oscar 2020. Valerie MACON / AFP
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"1917", "Parasita", Renee Zellweger, Joaquin Phoenix, Laura Dern, Brad Pitt: estes são alguns dos filmes e atores apontados como favoritos ao Oscar, o mais importante prêmio do cinema e que encerra a temporada de premiações em Hollywood. Mas o prometido glamour da cerimônia corre o risco de ser ofuscado pela polêmica sobre a a falta de diversidade entre os indicados.

Alguns críticos falam da cerimônia mais « branca » desde 1998. Cinco anos após o movimento « OscarSoWhite », a lista de nomeados para a premiação desta noite em Hollywood tem dado o que falar. Nenhuma mulher foi indicada na categoria Melhor Direção e, com exceção de Cynthia Erivo ("Harriet"), todos os atores e atrizes na corrida pela estatueta são brancos.

No ano passado, por exemplo, os prêmios de atriz e ator coadjuvante foram para dois negros, Regina King e Mahershala Ali, que também é muçulmano. E o de melhor ator foi para Rami Malek, filho de imigrantes egípcios. "Quando você ganha um prêmio, ele é concedido a você por um grupo de colegas. Quando olho para a Academia e a composição do corpo de votação da Academia, eles não são meus pares", disse à AFP a diretora Lulu Wang, cujo filme "A Despedida" venceu no sábado o prêmio de melhor filme no Spirit Awards do cinema independente. Ela ficou de fora do Oscar.

Os membros da Academia são 84% branco e 68% masculino. “Se meus colegas estivessem representados no corpo eleitoral da Academia, votariam em filmes que representam suas vidas e suas histórias", acrescentou.

Homenagem a Kirk Douglas e Kobe Bryant

A cerimônia, que começa às 17h00 (22h00 de Brasília) e não terá anfitrião, servirá para homenagear Kirk Douglas, o último grande ícone da era de ouro de Hollywood, que morreu na quarta-feira (5) aos 103 anos. A lenda do basquete Kobe Bryant, vencedor de um Oscar, que morreu em um acidente de helicóptero em 26 de janeiro também será homenageado.

O audacioso "1917" ambientado na Primeira Guerra Mundial e que acompanha dois soldados britânicos em missão, pode levar a estatueta de melhor filme do ano, desbancando “Era uma vez em… Hollywood”, de Quentin Tarantino, e “O Irlandês”, de Martin Scorcese. O longa de Sam Mendes também pode dar ao cineasta britânico a estatueta de melhor direção.

Mas há quem aposte que "Parasita", a aclamada produção sul-coreana de Bong Joon-ho, que concorre com seis indicações, entre elas a de melhor filme, possa criar a surpresa. Nunca um filme em língua estrangeira recebeu o prêmio mais importante da noite.

Bong disse nos Spirit, onde venceu na categoria de melhor filme estrangeiro, que as legendas não eram uma barreira para essa tragicomédia que aborda o abismo entre as classes sociais, um tema que até "pessoas que vivem em Marte" compreendem. "Quanto mais você se aprofunda em seu entorno, mais universal e mais ampla a história pode se tornar."

Vitórias quase certas

"Coringa" recebeu 11 indicações, incluindo de melhor ator para Joaquin Phoenix, enquanto "O Irlandês" e "Era Uma Vez... em Hollywood" têm 10 indicações cada, o mesmo que "1917".

Além de Phoenix, e seguindo a tendência da temporada de prêmios, Renée Zellweger é a favorita para o Oscar de melhor atriz por seu papel como Judy Garland, em "Judy".

Brad Pitt e Laura Dern, que também dominaram a temporada de premiações, devem vencer nas categorias de ator e atriz coadjuvante. O primeiro interpreta um dublê na ode de Tarantino a Hollywood, enquanto Dern dá vida a uma advogada impiedosa em "História de um Casamento".

As categorias de roteiro, montagem e efeitos visuais não há favoritos claros, o que abre a possibilidade de vitória para filmes como a sátira nazista "Jojo Rabbit", ou o drama "Adoráveis Mulheres". Elton John, que deve vencer o Oscar de canção original com "(I'm Gonna) Love Me Again", de "Rocketman", vai-se apresentar no palco do Dolby, assim como a jovem Billie Eilish, a grande vencedora do Grammy 2020 e compositora da próxima canção da franquia 007.

Na categoria melhor documentário, o brasileiro “Democracia em vertigem”, de Petra Costa, concorre com outros quatro filmes: "Indústria Americana", "The Cave", "Honeyland" e "For Sama"

Várias estrelas de Hollywood apresentarão os prêmios. A lista dos apresentadores traz muito mais diversidade do que a de indicados. Ela inclui nomes como Oscar Isaac, Sandra Oh, Chris Rock, Mahershala Ali, Salma Hayek, Regina King, Spike Lee e Lin Manuel Miranda.

(Com informações da AFP)

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