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Sob honras militares e gritos de apoiadores, Lula é recebido por líderes portugueses

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou neste sábado (22) em Lisboa a visita de Estado a Portugal. Ele foi recebido pelo presidente do país, Marcelo Rebelo de Sousa, na Praça do Império, em uma cerimônia com honras militares marcada por manifestações de apoio de petistas à margem do evento.

Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido pelo presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, no Praça do Império, em uma cerimônia com honras militares.
Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido pelo presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, no Praça do Império, em uma cerimônia com honras militares. © Lúcia Müzell/ RFI
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Lúcia Müzell, enviada especial da RFI a Lisboa

Na manhã ensolarada neste sábado (22), Lula passou em revista as tropas portuguesas, acompanhado de Rebelo de Sousa. Enquanto ecoavam os hinos brasileiro e português,  pela Banda Sinfônica da Guarda Nacional Republicana, apoiadores do presidente brasileiro saudavam o líder à distância, gritavam “Lula, guerreiro do povo brasileiro” e apitavam.

Presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Marcelo Rebelo de Sousa fazem a revista das tropas portuguesas. (22/04/2023)
Presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Marcelo Rebelo de Sousa fazem a revista das tropas portuguesas. (22/04/2023) © Lúcia Müzell/ RFI

A manifestação foi julgada desrespeitosa por portugueses presentes no local. Em ao menos duas ocasiões, o presidente acenou para o grupo, formado por dezenas de pessoas. Na comitiva presidencial brasileira, oito ministros estavam presentes, além da primeira-dama, Janja Lula da Silva.

Na sequência, o casal presidencial e Rebelo de Sousa se dirigiram ao Mosteiro dos Jerônimos, onde Lula depositou gérberas no túmulo do poeta Luís de Camões, em silêncio. Depois, o presidente e a primeira-dama foram encaminhados ao Palácio de Belém, para um encontro privado com o anfitrião português.

Lula deposita gérberas no túmulo do poeta Luís de Camões no Mosteiro dos Jerônimos, em Belém. (22/04/2023)
Lula deposita gérberas no túmulo do poeta Luís de Camões no Mosteiro dos Jerônimos, em Belém. (22/04/2023) © Lúcia Müzell/ RFI

À tarde, Lula e o primeiro-ministro português, António Costa,  participam da 13ª Cúpula Brasil-Portugal, que não acontecia desde 2016. O evento visa relançar a relação bilateral, importante para os dois países e também para os cerca de 250 mil brasileiros que vivem no país europeu. É esperada a assinatura de 13 acordos, em diversas áreas como imigração, espacial, turismo e cultura.

Celso Amorim vai a Kiev

Um tema delicado deve ser a abordagem do Brasil sobre o conflito na Ucrânia. Lula tem buscado uma certa imparcialidade no conflito, mas a postura causou desconforto em Lisboa, aliada da Ucrânia – inclusive com apoio militar ao país invadido pela Rússia. Na noite desta sexta-feira (21), o governo brasileiro informou que o assessor especial para assuntos internacionais, Celso Amorim, deve ir em breve a Kiev para abordar o tema com o governo ucraniano – depois de já ter visitado Moscou, em março. A viagem ainda não tem data para acontecer.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, esteve reunido com representantes da comunidade ucraniana em Lisboa, de quem recebeu uma carta. No texto, os ucranianos “esclareceram” as circunstâncias da invasão de Moscou, na expectativa de sensibilizar o governo brasileiro. A carta seria entregue a Lula, informou Macêdo, ressaltando que tentou reforçar junto a eles a posição de Brasília de "promover esforços internacionais para uma paz mediada entre Rússia e Ucrânia”.

"O presidente vai trabalhar para unir outros países em busca de uma alternativa para acabar com esse conflito”, disse o ministro a jornalistas, depois da reunião. "Se o Brasil tomar partido, perde a oportunidade de encontrar pares e países para um caminho para paz. O Brasil assina a resolução da ONU [Organização das Nações Unidas], que condena a invasão de um país por outro", ressaltou o ministro.

Em março, entretanto, Lula sugeriu que a Ucrânia deveria abrir mão da região da Crimeia, anexada pela Rússia, para facilitar o fim do conflito. "Não há razão legal, política nem moral que justifique abandonar um só centímetro de território ucraniano", rebateu o porta-voz da diplomacia ucraniana, Oleg Nikolenko, apesar de reconhecer "os esforços do presidente brasileiro para encontrar uma maneira de deter a agressão russa”.

Kiev então voltou a convidar o presidente brasileiro a visitar o país, alegando que “a abordagem que coloca a vítima e o agressor na mesma escala não corresponde à situação real”.

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