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Lula desembarca em Lisboa sem agenda oficial nesta sexta

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou nesta sexta-feira (21) pela manhã em Lisboa, etapa inicial da sua primeira viagem à Europa desde que assumiu o terceiro mandato, em 1° de janeiro. A agenda oficial se inicia apenas neste sábado (22).

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Lisboa na manhã desta sexta (21), acompanhado da primeira-dama, Janja.
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Lisboa na manhã desta sexta (21), acompanhado da primeira-dama, Janja. © Ricardo Stuckert
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Lúcia Müzell, enviada especial da RFI a Lisboa

Lula aterrissou no aeroporto militar de Figo Maduro às 10h35 (6h35 em Brasília) e seguiu direto para o hotel Tivoli, onde ingressou de carro. Um pequeno grupo de apoiadores aguardava o presidente do lado de fora do estabelecimento.

A comitiva presidencial inclui sete ministros, como os da Defesa (José Múcio Teixeira), Relações Exteriores (Mauro Vieira), Educação (Camilo Santana) e a da Cultura (Margareth Menezes). A expectativa é pela assinatura de 13 acordos bilaterais, com destaque para o que deverá facilitar a validação de diplomas de profissionais estrangeiros em Portugal e no Brasil. Outro ponto alto será a entrega do Prêmio Camões ao cantor, compositor e escritor Chico Buarque.

O petista ficará em Portugal até terça (25), quando embarca para dois dias de visita à Espanha, segunda e última escala da viagem. O giro visa reforçar a aproximação com os europeus depois de quatro anos de isolamento do Brasil durante o governo de Jair Bolsonaro.

Mal-estar sobre a Ucrânia

A viagem acontece poucos dias das polêmicas declarações do petista sobre a guerra na Ucrânia, tema que deve ser abordado nas conversas que o presidente terá com o primeiro-ministro português, António Costa, neste sábado (22).

Lula gerou incômodo nas potências ocidentais ao afirmar, em Pequim, que os Estados Unidos devem parar de "incentivar" a guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022 com a invasão russa. Ele também reiterou que Kiev divide a responsabilidade pelos ataques com Moscou, e recebeu nesta segunda-feira em Brasília o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov. O chanceler russo “agradeceu" os esforços brasileiros para acabar com o conflito.

A sequência de comentários gerou duras críticas de Washington. Em Portugal, o presidente Rebelo de Sousa teve de se explicar diante das críticas internas ao futuro convidado, afirmando que "não ter nada a ver” com o posicionamento de Lula. Uma associação de ucranianos residentes no país pretende entregar uma carta ao líder brasileiro.

Já o porta-voz de Assuntos Externos da União Europeia, Peter Stano, fez questão de "lembrar alguns fatos básicos” ao brasileiro: disse que "a Rússia, e apenas a Rússia, é responsável pela agressão ilegítima e não provocada contra a Ucrânia”, e ressaltou que o bloco e os Estados Unidos "estão ajudando a Ucrânia a exercer seu direito legítimo de autodefesa”.

Lula propõe uma mediação internacional e apresenta o Brasil como intermediário neutro. Mas, depois de acusar os Estados Unidos de continuarem a incentivar a guerra, Washington criticou o país por "repetir como um papagaio a propaganda russa e chinesa". O G7 alertou sobre os "custos severos" para aqueles que ajudam a Rússia em sua guerra contra a Ucrânia.

Já o governo ucraniano convidou Lula a visitar Kiev para "entender" a realidade da agressão de Moscou. 

Prêmio Camões a Chico Buarque

Em Portugal, Lula será recebido com honras no sábado pelo presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa. Após o almoço com o primeiro-ministro, os dois governantes vão realizar um encontro de alto nível e assinar uma dezena de acordos de cooperação nas áreas de espaço, energia, ciência, educação e turismo, entre outros. O domingo está reservado para uma agenda privada que não foi revelada.

Na segunda-feira, Lula e Sousa inauguram um fórum empresarial no Porto, com 150 representantes dos dois países. De volta a Lisboa, presidirão a entrega do Prêmio Camões, a mais alta premiação da literatura de língua portuguesa, ao compositor e cantor Chico Buarque. O brasileiro venceu a premiação em 2019, mas o então presidente Jair Bolsonaro se recusou a assinar o documento oficial da condecoração. Buarque é um antigo apoiador de Lula.

Na terça-feira (25), mesmo dia em que Portugal comemora a Revolução dos Cravos, que pôs fim à última ditadura do país em 1974, o petista discursará em sessão especial perante o Parlamento, antes da sessão em comemoração aos 49 anos do evento histórico. A extrema direita portuguesa, pela voz do partido Chega, organiza protestos contra a presença do petista na data comemorativa nacional. 

Em Madri, entre terça e quarta-feira, Lula participa de um fórum empresarial, reúne-se com o chefe de governo, Pedro Sánchez, e será recebido para um banquete com o rei Felipe VI, informou o Itamaraty, sem dar mais detalhes.

Com informações da AFP

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