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Cuba

Cinzas de Fidel Castro voltam ao berço da revolução cubana

As cinzas de Fidel Castro continuaram neste sábado (3) a travessia do país e chegaram à cidade que foi o berço da Revolução Cubana, Santiago de Cuba. No local, uma grande procissão acontece nesta noite. O irmão e sucessor de Fidel, Raul Castro, realiza um discurso diante de milhares de pessoas, entre elas, representantes de governos do mundo inteiro.

Cinzas de Fidel Castro chegam a Santiago de Cuba neste sábado (3).
Cinzas de Fidel Castro chegam a Santiago de Cuba neste sábado (3). REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
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A urna de cedro coberta com uma bandeira cubana saiu de Havana na quarta-feira (30), transitando durante três dias por estradas repletas de pessoas que gritavam "Eu sou Fidel!", e fazendo paradas diárias no caminho em direção a Santiago de Cuba, no extremo oriente da ilha.

Após uma viagem por quase mil quilômetros, os restos mortais do líder percorreram 13 das 15 províncias de Cuba no final do trajeto. Em Havana, Matanzas, Cárdenas, Cienfuegos, Santa Clara, Sancti Spíritus, Camagüey, Las Tunas, Holguín, Bayamo, centenas de milhares de simpatizantes permaneceram nos acostamentos das estradas para se despedir do líder revolucionário.

O presidente Raúl Castro, que assumiu o poder quando seu irmão Fidel ficou doente, em 2006, fará um aguardado discurso durante a grande homenagem ao líder da revolução cubana na noite deste sábado, na qual estarão presentes líderes estrangeiros.

Da Europa, o único chefe de Estado ou de Governo que viajou a Cuba foi o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras. A França será representada pela ministra da Ecologia, Ségolène Royal. Já líderes da esquerda latino-americana estarão em peso na homenagem, como o presidente do Equador, Rafael Correa, da Venezuela, Nicolas Maduro, da Bolívia, Evo Morales, e da Nicarágua, Daniel Ortega.

Funeral será realizado no domingo

Após um período de luto de nove dias, os restos do "Comandante" serão enterrados em uma cerimônia privada no domingo (4) no cemitério de Santa Ifigênia de Santiago. No local, também jaz o herói da independência nacional, José Martí.

Há vários dias, o cemitério permanece fechado e trabalhadores se apressam para finalizar os últimos detalhes da cerimônia. O funeral será realizado sem a presença de câmeras de meios de comunicação estrangeiros.

49 anos no poder

O líder cubano, que estabeleceu um regime comunista a menos de 200 km do litoral dos Estados Unidos em plena Guerra Fria, pronunciou seu último discurso na Praça da Revolução em 1° de maio de 2006, dois meses antes de ficar gravemente doente em consequência de uma hemorragia intestinal. Ele permaneceu 49 anos no poder.

A morte de Fidel, no dia 25 de novembro, aos 90 anos, gerou debates sobre seu legado e sobre o rumo que Cuba pode tomar sem o líder onipresente que a governou por quase meio século. O modelo da economia cubana naufragou com o colapso do bloco comunista, e hoje Raúl Castro executa uma cuidadosa abertura ao trabalho privado e ao investimento estrangeiro, enquanto incentiva uma histórica aproximação com Washington.

A maioria dos cubanos foram incitados ao longo desta semana a jurar que continuarão com o legado socialista do homem que moldou o destino do país e desafiou a superpotência americana por meio século. Enquanto isso, a maior parte dos dissidentes informaram que permanecerão sem fazer barulho, por medo de represálias, mas planejam retomar imediatamente sua luta contra o governo.

Com informações da AFP

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