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Papa Francisco/Cuba

Papa faz missa histórica em Havana para milhares de cubanos

Milhares de cubanos se reuniram desde a madrugada deste domingo (20) na Praça da Revolução, em Havana, para uma missa histórica do Papa Francisco. No encontro, o Sumo Pontífice defendeu o cuidado aos mais frágeis, advertiu contra o individualismo em uma época de transição política e econômica e pediu a paz na Colômbia. Entre os 3.500 convidados especiais no evento estavam a presidente argentina, Cristina Kirchner, e o presidente cubano, Raúl Castro.

Papa saúda milhares de católicos na Praça da revolução, neste domingo (20), em Havana.
Papa saúda milhares de católicos na Praça da revolução, neste domingo (20), em Havana. REUTERS/Tony Gentile
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Diante de uma multidão de fiéis, que lotou a praça desde a madrugada, o Papa pediu que a população seja solidária e coloque em prática seus deveres de cidadão, em um período em que o país passa por importantes mudanças. No entanto, não abordou diretamente a situação política na ilha, nem as relações com os Estados Unidos.

"O cristão é convidado sempre a deixar de lado suas buscas, desejos de onipotência ante o olhar concreto aos mais frágeis (....) Servir significa, em grande parte, cuidar da fragilidade. Cuidar dos frágeis de nossas famílias, de nossa sociedade, de nosso povo. Ser cristão implica servir a dignidade de seus irmãos, lutar pela dignidade de seus irmãos e viver para a dignidade de seus irmãos", declarou.

Paz na Colômbia

Pouco depois, durante o Angelus, o papa defendeu a paz na Colômbia e declarou que não pode acontecer outro fracasso no caminho da reconciliação neste país, que enfrenta um conflito armado interno há meio século."Neste momento, me sinto no dever de dirigir meu pensamento à querida terra da Colômbia, consciente da importância crucial do momento presente, no qual, com esforço renovado e movidos pela esperança, seus filhos estão buscando construir una sociedade em paz", disse Francisco em referência às negociações entre o governo deste país e a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

As negociações de paz que acontecem em Havana, iniciadas em novembro de 2012 entre o governo colombiano e as Farc, pretendem acabar com um conflito armado que deixou 220 mil mortos em meio século e seis milhões de deslocados, segundo os dados oficiais.

Homenagem aos cubanos

Na homilia, Francisco também prestou homenagem aos cubanos: "um povo que tem gosto pela festa, pela amizade, pelas coisas belas". "É um povo que tem feridas, como todo povo, mas que sabe estar com os braços abertos, que marcha com esperança, porque sua vocação é de grandeza", disse.

A Praça da Revolução foi o local em que também celebraram missas os papas João Paulo II em 1998 e Bento XVI em 2012, entre um grande monumento em homenagem ao herói nacional José Martí e um retrato gigante de Ernesto Che Guevara.

Neste domingo à noite, após uma cerimônia na catedral, Francisco terá um encontro com jovens cubanos. Será uma oportunidade de mostrar sua espontaneidade em um diálogo improvisado, durante o qual deve estimular a coragem de uma juventude em dificuldades em uma ilha em plena transição econômica.

O pontífice também se reunirá neste domingo no palácio presidencial com Raúl Castro, que provavelmente fará um agradecimento por seu papel de mediador na aproximação com os Estados Unidos. De acordo com algumas fontes, existe ainda a possibilidade de um encontro com o irmão mais velho de Raúl, o pai da revolução cubana Fidel Castro, de 89 anos.

Oito dias de visita

Durante sua visita de oito dias a Cuba e Estados Unidos, o Sumo Pontífice deve abordar temas importantes, como sua preocupação com a paz, as migrações e a necessidade de receber os migrantes, assim como a cultura do diálogo.

A visita de Francisco é a terceira de um papa à ilha, que conta apenas com 10% de católicos praticantes, mas com o número de batizados importante. Na segunda-feira e terça-feira, o pontífice visitará Holguín e Santiago de Cuba, na região leste da ilha.

(Com informações da AFP)

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