Prévias apontam que eleição argentina terá sua "Marina Silva"
Com a vitória do governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli, nas primárias nacionais ocorridas neste domingo (9), na Argentina, seguido de perto pelo oposicionista conservador Mauricio Macri e por um forte candidato também de oposição em terceiro lugar, a eleição de 25 de outubro terá semelhanças com a disputa brasileira do ano passado – em que três candidatos chegam fortes na reta final.
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Scioli, candidato de situação apoiado pela presidente Christina Kirchner, obteve 37% dos votos, segundo apuração parcial da manhã desta segunda-feira (10). Ele era o único candidato lançado por seu partido às primárias. Já o grupo político de Mauricio Macri reuniu 31% dos votos no total – 24% para ele, e o resto para outros candidatos do partido. Macri, dessa forma, foi definido como representante do partido Cambiemos.
O terceiro lugar foi para o também oposicionista Sergio Massa, cujo partido somou 21% dos votos. Ele poderá, desta forma, se tornar a “Marina Silva” das eleições argentina, como comparou o correspondente da RFI em Buenos Aires Marcio Resende, em alusão à candidata brasileira do PSB em 2014. Quem conquistar os votos desta terceira força leva a eleição.
A presidente Christina Kirchner, cujo grupo político está no poder desde 2003, celebrou a realização das prévias - embora elas tenham representando um encolhimento da tradicional votação de seu partido. “Desde 1983, a cada vez que tivemos eleições, principalmente presidenciais, o contexto sempre foi complicado, do ponto de vista social, econômico e institucional. Hoje estamos em um momento inédito”, afirmou Kirchner, cujo grupo político está no poder desde 2003.
Sistema eleitoral original
Apesar do segundo lugar, o resultado foi considerado bom pela oposição. “Temos que festejar pois consolidamos uma alternativa para a nossa querida Argentina”, disse Macri.
Vale lembrar que as primárias na Argentina têm um modelo quase sem paralelo no mundo. Todos os 32 milhões de eleitores do país são chamados a votar naqueles que querem ver como candidatos na eleição – e não apenas os militantes dos partidos, como ocorre na maior parte das democracias.
Como a maioria dos partidos só lança um candidato, as prévias acabam funcionando como um primeiro turno, um termômetro de como será a votação para valer, no próximo dia 25 de outubro.
O sistema eleitoral também é diferente. Para vencer o pleito no primeiro turno, basta superar os 45% do total de votos, e não 50% como no Brasil. Este modelo – que também existe na Nicarágua e no Equador – poderá facilitar uma eventual vitória de Daniel Scioli já no primeiro turno.
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