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Diplomacia/EUA

EUA reconhecem que terão que negociar com Bashar al-Assad

O secretário norte-americano, John Kerry, declarou neste domingo (15) que os Estados Unidos deverão negociar uma transição política na Síria com o presidente Bashar al-Assad. Washington defende a renúncia de Assad, há vários anos, em prol de uma transição política no país.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse que os Estados Unidos pretendem dialogar com o presidente sírio Bashar al-Assad em prol de uma transição política na Síria.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse que os Estados Unidos pretendem dialogar com o presidente sírio Bashar al-Assad em prol de uma transição política na Síria. REUTERS/Brian Snyder
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"No final, vamos ter que negociar", disse o diplomata à rede de televisão norte-americana CBS News e fez a volta do mundo rapidamente, sendo reproduzida por mídias de todo o planeta. A declaração coincide com o aniversário de quatro anos da guerra da Síria, conflito sem nenhuma perspectiva de fim.

Os Estados Unidos defendem, há vários anos, que Bashar al-Assad perdeu toda a sua legitimidade como líder e que ele deve renunciar à presidência para que uma transição política comece a ser organizada no país. Mas, desde meados do ano passado, quando o grupo Estado Islâmico instaurou um califado em uma região entre a Síria e o Iraque, Washington reconhece a importância de dialogar com o regime sírio, que também combate os jihadistas.

O chefe da diplomacia norte-americana ressaltou que os Estados Unidos e outros países, sem revelar quais, discutem sobre a melhor forma de relançar o processo democrático na Síria e colocar um fim ao conflito. "Para levar o regime de Assad a negociar, deveremos explicar claramente que todos estamos determinados a procurar uma saída política para o conflito e dar um novo ritmo às negociações ”, acrescentou.

Em 2014, os Estados Unidos coordenaram os diálogos entre representantes do regime sírio e opositores em dois encontros, Genebra 1 e 2. Mas as reuniões não obtiveram nenhum sucesso já que a oposição é inflexível quanto à renúncia de Bashar al-Assad. Desde então, a diplomacia desacelerou os esforços e Genebra 3 não tem previsão para ser realizado.

Quatro anos de guerra

Com a entrada do conflito sírio em seu quinto ano, a organização Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) aponta que as violências no país resultaram na morte de mais de 215 mil pessoas, dos quais a metade são civis. O número de mortos, na verdade é muito maior do que apontam os relatórios, já que milhares de pessoas são registradas como desaparecidas. Já a quantidade de refugiados é da ordem de 4 milhões.

A guerra síria teve início em março de 2011, quando manifestações pacíficas realizadas pela população começaram a ser duramente reprimidas pelo regime de Bashar al-Assad. No dia 18 de março de 2011, vários civis são baleados e morrem em um protesto em Damasco. Perdendo o controle da revolta da população, o exército sírio invade as ruas da capital.

Diante da brutalidade, a oposição se arma – o que resulta na formação, no dia 29 de julho de 2011, do Exército Sírio Livre (ESL). Do movimento pacífico que contestava o regime no poder, a revolta anti-Assad se torna, oficialmente, uma guerra civil.

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