Confrontos violentos em Ferguson terminam com dois feridos

Apesar de um apelo à calma por parte do presidente Barack Obama, uma manifestação em Ferguson, no Missouri, terminou em confrontos violentos com a polícia na madrugada desta segunda-feira (19). Ao menos duas pessoas foram feridas a bala e mais de trinta foram presas. A cidade é palco de tumultos e pilhagens há dez dias, desde que o jovem negro Michael Brown foi morto pelo policial branco Darrell Wilson, em circunstâncias ainda não esclarecidas.

Depois da morte do jovem negro Michael Brown a tiros por um policial em 9 de agosto, protestos e violência não param em Ferguson. REUTERS/Lucas Jackson

Alguns manifestantes voltaram a atirar coquetéis Molotov, garrafas de vidro quebradas e pedras na noite desta segunda-feira. A polícia usou bombas de gás lacrimogênio e de efeito moral para dispersar o grupo. O governador do Estado do Missouri, Jay Nixon, recorreu à Guarda Nacional para controlar os manifestantes.

As forças de ordem foram alvos de "artilharia pesada", anunciou um dos responsáveis pela polícia de Ferguson durante entrevista coletiva concedida após os confrontos. "Nenhum tiro foi disparado pelos policiais apesar de eles terem sido fortemente atacados", afirmou o capitão Ron Johnson, responsável pela operação. O ministro da Justiça, Eric Holder, deve ir a Ferguson nesta quarta-feira. Ele informou que 40 agentes do FBI estão investigando o caso. Holder também ordenou uma nova autópsia do corpo.

Os resultados da primeira autópsia, feita pelas autoridades locais, devem ser divulgados em breve. Já uma autópsia encomendanda pela família de Michael Brown indicou que ele levou seis tiros, incluindo dois na cabeça, e mostra que o adolescente provavelmente estava de cabeça baixa, em sinal de rendição, no momento do tiro fatal. Os manifestantes pedem a prisão do policial Darren Wilson.