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EUA/ medicina

Cientistas desenvolvem anticoncepcional masculino

A descoberta de uma substância capaz de inibir a produção de espermatozoides pode resultar em uma pílula anticoncepcional masculina, reversível e sem perturbação à produção de hormônios masculinos, de acordo com um estudo americano. Há anos, os cientistas tentam chegar a essa alternativa para a evitar a gravidez indesejada.

Sede do Instituto Dana Farber em Boston.
Sede do Instituto Dana Farber em Boston. DR
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De acordo com a revista médica Cell, os cientistas americanos testaram com sucesso uma pequena molécula, JQ1, em camundongos. “A substância produz uma diminuição rápida e reversível do número e da mobilidade dos espermatozóides, com efeitos determinantes sobre a fertilidade”, revelou James Bradner, diretor do estudo realizado no Instituto do Câncer Dana Farber, em Boston.

Entretanto, a fabricação de uma pílula masculina enfrenta diversos empecilhos, a começar pela resistência masculina em utilizar o produto. O principal problema é que os testículos têm uma dupla função de produzir espermatozóides e hormônios, responsáveis pelas características másculas dos homens, como a voz e o crescimento de pelos. Para que o medicamento fosse eficaz, seria necessário afetar apenas uma destas funções, e temporariamente.

Os cientistas inicialmente testaram tratamentos com o hormônio androgênio ou uma combinação entre androgênio e progesterona, mas abandonaram essas técnicas devido a uma grande ocorrência de efeitos colaterais. Eles passaram então a pesquisar por substâncias que impeçam os espermatozóides de fecundar o óvulo feminino.

De acordo com os pesquisadores, injeções diárias de 50 a 100mg/kg ma molécula JQ1, durante seis semanas, tiveram um efeito contraceptivo completo nos camundongos machos tratados. Após a interrupção do tratamento, a fertilidade voltou ao normal em média três a seis meses depois, sem efeitos secundários nos níveis de testosterona dos animais. Por enquanto, nenhuma anormalidade foi constatada nos filhotes gerados por estes camundongos.

“Pensamos que as nossas descobertas podem perfeitamente serem transpostas ao homem, oferecendo uma estratégia inovadora e eficaz para a contracepção masculina”, disseram os cientistas.

Em maio, pesquisadores escoceses já haviam anunciado a descoberta do gene Katnal 1, responsável pela maturidade dos espermatozóides e, portanto, da fertilidade, em uma outra opção de contracepção masculina não hormonal que poderá ser desenvolvida.

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