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Paraguai/crise

Novo presidente do Paraguai diz que não houve golpe de estado

O governo do novo presidente paraguaio, Federico Franco, deverá buscar legitimidade após a destituição “relâmpago” do ex-presidente Fernando Lugo que provocou uma série de condenações de vários países. Em entrevista coletiva na manhã deste sábado, em Assunção, o novo presidente se disse preocupado em relação à comunidade internacional mas rejeitou o termo golpe de estado que foi usado por vários chefes de estado  latino-americanos sobre o impeachement de Lugo. 

O novo presidente paraguaio, Federico Franco, durante um encontro em Assunção, neste sábado 23 de junho.
O novo presidente paraguaio, Federico Franco, durante um encontro em Assunção, neste sábado 23 de junho. REUTERS/Jorge Adorno
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O novo presidente do Paraguai, Federico Franco, negou neste sábado que tenha sido beneficiado por um golpe de estado. Ele disse que a destituição de Fernando Lugo, decidida na sexta-feira pelo Senado, respeitou a Constituição.

Ex-vice-presidente de Fernando Lugo, Federico Franco, de 49 anos, assumiu em uma rápida cerimônia no Congresso na capital paraguaia e, na sequência, deu posse a um novo gabinete. 

“Não há militares nas ruas”, afirmou Franco diante da calma observada neste sábado em Assunção e também em outras cidades do país. Alguns confrontos foram registrados na capital entre partidários de Lugo e as forças de ordem logo após o anúncio da destituição de Lugo.

Federico Franco afirmou também que sua prioridade “será colocar a casa em ordem”. Lugo, que tinha menos de um ano de mandato pela frente, foi acusado de ter mau desempenho de suas funções durante a operação de desocupação de uma propriedade agrícola que terminou com 17 mortos.

Vários países da América Latina imediatamente denunciaram um golpe de estado ilegal. A presidente argentina, Cristina Kirchner qualificou o impeachment de Lugo como “um golpe de estado ilegítimo”. Para o boliviano Evo Morales houve um “golpe de estado parlamentar” e o venezuelano Hugo Chávez disse que o sucessor de Lugo é "ilegítimo". 

A Colômbia, Chile e o México lamentaram que Fernando Lugo não tivesse tido tempo suficiente para preparr sua defesa. A Comissão Interamericana de Defesa dos Direitos Humanos qualificou a transição de "atentado ao estado de direito". 

O chanceler brasileiro Antonio Patriota disse que o Brasil vai seguir a posição da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) que deverá discutir eventuais sanções ao Paraguai na próxima reunião do grupo, em Mendoza, na Argentina, no próximo dia 29. 

A União Europeia apenas expressou sua "preocupação" e pediu respeito " à vontade democrática".

Federico Franco deverá governar até as próximas eleições presidenciais, prevista para agosto de 2013.
 

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