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Incêndios no Chile: país enfrenta "maior tragédia" em mais de uma década, diz presidente

Os incêndios que assolam a região de Valparaíso, no centro do Chile, deixaram pelo menos 64 mortos, de acordo com o último balanço divulgado neste domingo (4). E este número “aumentará significativamente”, informou o presidente Gabriel Boric. 

Retirada de moradores de Viña del Mar, Chile. Em 2 de fevereiro de 2024.
Retirada de moradores de Viña del Mar, Chile. Em 2 de fevereiro de 2024. AFP - JAVIER TORRES
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Áreas residenciais inteiras foram devastadas, carros ficaram carbonizados, dezenas de milhares de hectares de floresta foram reduzidos a cinzas. Pelo terceiro dia consecutivo, os bombeiros continuaram a combater dezenas de incêndios no centro e sul do Chile. 

"Infelizmente, posso confirmar que são 64 mortes. Esse número vai aumentar, sabemos que vai aumentar significativamente", disse Gabriel Boric em viagem a Quilpué, localizada nos arredores de Viña del Mar, na região de Valparaíso. “Esta é a maior tragédia que vivemos desde o terramoto de 2010”, acrescentou Boric, referindo-se ao terramoto de magnitude 8,8 seguido por um tsunami, em 27 de fevereiro de 2010, que deixou mais de 500 mortos no país. 

Na manhã deste domingo, os bombeiros ainda combatiam 34 incêndios. Eles conseguiram controlar 43, segundo o Serviço Nacional de Prevenção e Resposta a Desastres (Senapred). 

Lilian Rojas, uma aposentada de 67 anos, morava perto do jardim botânico da cidade turística de Viña del Mar, uma das áreas mais atingidas. “Não sobrou uma única casa aqui”, disse ela, em meio aos escombros. "Saí para ver e as pessoas já estavam correndo. Fechei a porta e fui embora", descreve a aposentada, mostrando seu vestido rosa: "é a única coisa que me resta". 

O motorista Rodrigo Pulgar também perdeu sua casa em El Olivar, nas colinas de Valparaíso. "Foi um inferno, houve explosões. Tentei ajudar meu vizinho, minha casa estava começando a pegar fogo por trás. Estava chovendo cinzas", conta. 

Clima propício 

De acordo com a ministra do Interior, Carolina Toha, as condições meteorológicas das últimas horas parecem mais favoráveis. Ela citou um fenômeno típico da costa do Pacífico que produz muitas nuvens, elevada umidade e, portanto, temperaturas mais baixas. “As condições atuais são mais propícias para o atendimento das vítimas e o controle dos incêndios”, acrescentou. 

Porém, o incêndio de Las Tablas, o maior na região de Valparaíso, ainda está ativo e “cobre um perímetro de 80 km”, afirmou Toha. 

Em toda a região, muito popular pelas suas praias e pela produção de vinho, 17 bombeiros, 1.300 soldados e voluntários civis foram destacados para combater as chamas e ajudar os moradores necessitados. 

Papa reza pelas vítimas  

De Roma, após a oração do Angelus, o Papa Francisco apelou no domingo para que os fieis rezem “pelos mortos e feridos nos incêndios devastadores no Chile”. 

Desde quarta-feira, a temperatura está próxima dos 40 graus no centro do Chile e na capital Santiago. Esta onda de calor resultante do fenômeno climático El Niño atinge atualmente o cone sul da América Latina, em pleno verão, provocando incêndios florestais agravados pelo aquecimento global.  

Depois do Chile e da Colômbia, a onda de calor ameaça Argentina, Paraguai e Brasil nos próximos dias. 

(Com informações da AFP)

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