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Chile decreta toque de recolher em regiões do litoral devido a incêndios florestais

As regiões de Valparaíso e Viña del Mar, no centro do Chile, amanheceram sob toque de recolher parcial neste sábado (3) para permitir a circulação de pessoas retiradas de suas casas e para facilitar o trabalho das equipes de emergência, em meio a uma série de incêndios sem precedentes, informaram as autoridades do governo. 

No Chile pelo menos 10 pessoas já morreram devido aos incêndios florestais.
No Chile pelo menos 10 pessoas já morreram devido aos incêndios florestais. AP - Andres Pina
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"Fica declarado que entre 8h e 12h haverá toque de recolher", anunciou a ministra do Interior, Carolina Tohá, no momento em que o Chile é atingido por incêndios e condições climáticas adversas, em pleno verão no hemisfério Sul.

O toque de recolher obrigatório foi implementado depois que o presidente Gabriel Boric declarou estado de emergência pela catástrofe provocada pelos incêndios florestais que assolam o centro e o sul do país.

Uma grande coluna de fumaça era vista nas zonas turísticas do centro do Chile, incluindo Viña del Mar e Valparaíso, onde um incêndio florestal teve início na sexta-feira, ameaçando centenas de residências e levando à retirada de moradores. Equipes de emergência combatiam 10 focos que afetavam, desde as últimas horas, as regiões de Valparaíso e O'Higgins, no centro do país, além de Maule, Biobío, La Araucanía e Los Lagos, no sul, segundo autoridades.

Cerca de 10 pessoas morreram, de acordo com balanço oficial preliminar divulgado na noite de sexta-feira (2) pelas autoridades da região de Valparaíso.

A prefeita de Viña del Mar, Macarena Ripamonti, lamentou a intensidade do incêndio. "Estamos diante de uma catástrofe sem precedentes, uma situação desta envergadura nunca havia acontecido na região de Valparaíso. São mais de cinco focos simultâneos e o setor mais afetado é, novamente, Viña del Mar", observou.

Região recebe muitos turistas

Viña del Mar e Valparaíso ficam localizadas a 120 km a noroeste de Santiago e recebem grande número de turistas nesse período de férias. As rotas para essas praias do Pacífico foram fechadas na sexta-feira, quando vários focos de incêndio se expandiram muito rapidamente. As chamas destruíram zonas povoadas, interrompendo rotas alternativas por onde milhares de pessoas tentavam deixar a área.

"Nunca vi nada igual, isto é muito angustiante, porque deixamos nossa casa, mas não podemos avançar. Todos tentam sair e é impossível se deslocar", contou a administradora Yvonne Guzmán, 63, que deixou sua casa em Quilpué, a cerca de 90 km de Santiago. "Recebemos o alerta pelo celular e depois começou a cair uma chuva de cinzas ardentes", contou Yvonne por telefone, enquanto recebia mensagens de vizinhos anunciando que as chamas se aproximavam de sua casa.

Segundo um relatório da Corporação Nacional Florestal (Conaf), o maior incêndio florestal está ativo na reserva Lago Peñuelas, próxima à principal rodovia para a região, onde mais de 7.000 hectares foram queimados.

O segundo incêndio mais importante ocorre em La Aguada, em La Estrella, região de O'Higgins, no centro do país, e já destruiu 4.084 hectares.

Desde a última quarta-feira, as temperaturas se aproximam dos 40ºC na zona central do Chile, onde fica Santiago, aumentando o risco de incêndios. "Esses eventos são cada vez mais recorrentes, por isso vemos anualmente recordes históricos de temperatura", disse ao canal de TV CNN Chile Pablo Lobos Stephani, gerente de proteção contra incêndios da Conaf.

Uma onda de calor assola atualmente o Cone Sul-Americano, onde o fenômeno climático natural El Niño é agravado pelo aquecimento global provocado pela atividade humana, segundo especialistas.

Além do Chile, os alertas emitidos pelo persistente calor sufocante estão em vigor, a partir desta semana e na próxima, em áreas da Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil,

 

(com informações da AFP)

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