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Projeto contra aborto nos EUA é fruto de estratégia bem-sucedida de Trump, diz imprensa francesa

Milhares de pessoas se mobilizam nos Estados Unidos pelo direito de escolha das mulheres, após o vazamento do rascunho de uma decisão da Suprema Corte que poderia colocar fim à legalização do aborto em vários estados americanos. Para a imprensa francesa, o projeto é fruto de uma estratégia bem sucedida de conservadores religiosos, que contaram com a ajuda do ex-presidente Donald Trump, sobre um tema que divide o país.

Defensores do direito ao aborto se reuniram espontaneamente na noite de segunda-feira, 2 de maio, em frente à Suprema Corte americana, em Washington.
Defensores do direito ao aborto se reuniram espontaneamente na noite de segunda-feira, 2 de maio, em frente à Suprema Corte americana, em Washington. REUTERS - JONATHAN ERNST
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"Eles jamais deixarão as mulheres tranquilas", diz o editorial do jornal Libération. Para o diário, o projeto revelado na segunda-feira (3) pelo site Politico, deve ser encarado com seriedade, já que dificilmente não seria aprovado pela Corte de maioria conservadora.

"Um retrocesso histórico inédito que poderia ameaçar direitos fundamentais", mas que não é uma surpresa, considera o jornal. "A obra devastadora de Trump, mesmo derrotado, continua mais do que nunca, a presidir os direitos fundamentais da América inteira", afirma.

Uma das promessas de campanha do ex-presidente americano à direita religiosa era de colocar representantes conservadores na Suprema Corte. "Após décadas de um lento e obscuro trabalho, acelerado por Trump, a direita cristã evangélica americana se prepara para conseguir uma vitória monumental", afirma Libé.

Estratégia

O jornal Le Parisien explica a estratégia dos conservadores: nos últimos anos vários estados republicanos, entre eles o Mississipi, promulgaram leis para restringir ou proibir o aborto, sabendo que elas seriam consideradas anticonstitucionais pela Justiça. O objetivo era de começar batalhas judiciais que chegariam até o mais alto tribunal do país.

O diário lembra que, durante seu mandato, Trump nomeou três juízes conservadores para a Suprema Corte, constituindo uma maioria antiaborto na instituição. 

Especialistas entrevistados pelo jornal católico La Croix lembram que o tema nunca foi consensual nos Estados Unidos. No entanto, o país está mais polarizado do que nunca e o debate sobre o aborto se tornou o símbolo de uma luta cultural entre conservadores e progressistas.

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