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Pesquisadores americanos avançam no desenvolvimento de uma pílula anticoncepcional para homens

Pesquisadores da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, divulgaram resultados positivos sobre o desenvolvimento de uma pílula anticoncepcional para homens. A notícia é promissora para a produção, no futuro, de um novo produto farmacêutico que possa revolucionar o planejamento familiar.

Cada vez mais homens dizem estar dispostos a tomar a responsabilidade pela contracepção. Imagem ilustrativa.
Cada vez mais homens dizem estar dispostos a tomar a responsabilidade pela contracepção. Imagem ilustrativa. © iStock/Prostock-Studio
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Com 99% de eficácia em camundongos e sem efeitos colaterais visíveis, o estudo abre novas perspectivas para casais que não desejam filhos.

Esta é uma reivindicação da estudante Jeanne Spicarolen. Ela e o parceiro, Theo Meyer, se interessam pelos estudos da contracepção masculina e os métodos disponíveis para ele.

“Eu não acho normal que as mulheres sejam as únicas a se responsabilizar pela contracepção. Nós somos férteis quatro a cinco dias por mês e os homens todos os dias”, diz. “Nós temos de pensar em gravidez, partos, abortos e eles, se preocupam com o quê? Nada”, exclama. “Para uma sociedade mais igualitária, eu acredito que eles deveriam se preocupar com isso também”, completa.  

“Eu já me informei bastante sobre a vasectomia, mas não estou disposto a algo que pode ser irreversível e eu espero ter uma vida de família no futuro”, diz o companheiro dela, Theo.  

No consultório do andrologista Bohbot, um especialista no aparelho genital masculino, cada vez mais homens dizem estar dispostos a assumir o “fardo” da contracepção. Eles estão quase quatro vezes mais abertos a essa possibilidade hoje do que há 10 anos.

Esta pílula anticoncepcional para homens, se virar uma realidade, atenderia a essa alta demanda graças a um composto não hormonal.

“É uma pesquisa que já dura mais de 20 anos. Percebeu-se que a vitamina A é importante para a maturação dos espermatozoides, por intermédio de receptores que estão dentro das células. Ao bloquear esses receptores, impedimos a vitamina A de intervir e, portanto, amadurecer os espermatozoides, o que seria uma forma de contracepção ao impedir o desenvolvimento dos espermatozoides”, explica o doutor Bohbot. “Mas é uma contracepção reversível porque assim que retomamos a vitamina A e retiramos o bloqueio, teremos novamente a espermatogênese”, ou seja, o processo fisiológico pelo qual são produzidos os espermatozoides, completa o médico.  

Esta pílula poderia representar uma alternativa aos preservativos, à vasectomia e aos dispositivos térmicos, recentemente banidos por falta de estudos sobre os seus possíveis efeitos a longo prazo. Se tal contracepção entrar no mercado, Théo diz que aceitaria com prazer. “Se for só um comprimido por dia, eu colocaria um alarme para me lembrar. Não é tão complicado assim”, diz.

Porém, se esta pílula parece esperada por muitos, é preciso cautela, já que ela ainda não foi testada em humanos. Sua eficácia ainda não está comprovada e os potenciais efeitos colaterais não são conhecidos.

Os testes em humanos podem começar antes do final do ano nos Estados Unidos. A comercialização, se ocorrer, não ocorrerá antes de 5 anos.

Com informações da AFP

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