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Atentado durante show em Moscou acende debate sobre o retorno da pena de morte na Rússia

Após o ataque terrorista na casa de show Crocus City Hall, nos arredores de Moscou, que chocou a Rússia e o mundo, vários membros do alto escalão do regime do presidente russo Vladimir Putin pedem que a moratória sobre a pena de morte para "terroristas" seja suspensa.

Memorial improvisado para as vítimas do ataque em uma sala de concertos nos arredores de Moscou, 23 de março de 2024.
Memorial improvisado para as vítimas do ataque em uma sala de concertos nos arredores de Moscou, 23 de março de 2024. REUTERS - Maxim Shemetov
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"Hoje, muitas pessoas estão perguntando sobre a pena de morte (...) será tomada uma decisão que atenderá às expectativas da nossa sociedade", comentou Vladimir Vassiliev, chefe do grupo parlamentar do partido governista Rússia Unida, sobre a questão da suspensão da moratória que está em vigor desde 1996.

Para o líder parlamentar Yuri Afonin, responsável por questões de segurança,  "quando se trata de terrorismo e assassinato de pessoas, precisamos restabelecer a lei que autoriza a pena de morte". Sergei Mironov, membro do partido pró-Kremlin "Just Russia", também pediu "o estabelecimento da pena de morte para pessoas que cometem atos terroristas".

Além dos grupos jihadistas, como o Estado Islâmico (EI), que reivindicou a responsabilidade pelo ataque mortal ao Crocus City Hall na sexta-feira (22), que deixou pelo menos 133 pessoas mortas, a Rússia considera vários oponentes e líderes ucranianos como "extremistas" e "terroristas". Neste mês, o país acrescentou o "movimento LGBT internacional" à lista de organizações terroristas elaborada pelos serviços financeiros russos.

Reivindicação pelo crime 

Até o momento, a Rússia não fez nenhuma menção à conexão jihadista com o ataque de sexta-feira, apesar da alegação do EI.

Os serviços de segurança russos e Vladimir Putin, no entanto, sugeriram uma possível ligação com a Ucrânia, sem dar mais detalhes. A Rússia também organizou uma repressão total à oposição, principalmente por meio de acusações de extremismo, terrorismo, descrédito das forças armadas e traição.

O ex-presidente e atual número 2 do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitri Medvedev, garantiu na sexta-feira que a Rússia "destruiria" os líderes ucranianos se eles fossem responsáveis pelo ataque à sala de concertos.

"Se for estabelecido que eles são terroristas do regime de Kiev (...) todos eles devem ser encontrados e destruídos sem piedade como terroristas. Incluindo os líderes do Estado que cometeram tal atrocidade", disse ele no Telegram.

Leia tambémPara especialista, Ucrânia é “suspeito óbvio e ideal” de ataque em Moscou

No domingo, o presidente do Tadjiquistão, Emomali Rakhmon, disse à Vladimir Putin que "os terroristas não têm nacionalidade", apesar de a mídia russa afirmar que os autores do atentato à sala de shows eram do Tadjiquistão.

Durante uma conversa telefônica, Rakhmon "condenou o cruel e sangrento ataque à Crocus City Hall, enfatizando que 'os terroristas não têm nacionalidade, pátria ou religião'", escreveu a presidência do Tadjiquistão.

Pessoas se reúnem em um memorial improvisado para as vítimas de um ataque a tiros montado do lado de fora da casa de shows Crocus City Hall, na região de Moscou, Rússia, em 23 de março de 2024.
Pessoas se reúnem em um memorial improvisado para as vítimas de um ataque a tiros montado do lado de fora da casa de shows Crocus City Hall, na região de Moscou, Rússia, em 23 de março de 2024. REUTERS - Maxim Shemetov

 

Reações do Vaticano no Domingo de Ramos

O papa Francisco ofereceu no domingo suas orações às vítimas do "covarde ataque" perto de Moscou, denunciando "atos desumanos", disse o papa, de 87 anos, no final da missa de Domingo de Ramos na Praça de São Pedro, no Vaticano. O papa presidiu a missa diante de uma multidão estimada pelo Vaticano em 25 mil pessoas.

"Que o Senhor os acolha em sua paz, conforte suas famílias e converta os corações daqueles que organizam e realizam essas ações desumanas que ofendem a Deus, que ordenou 'Não matarás'", disse o argentino.

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(Com informações da AFP)

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