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Rússia: candidatura de único oponente de Putin na eleição presidencial é rejeitada

Boris Nadejdin, o único opositor do presidente russo, Vladimir Putin, que se apresentou para concorrer à eleição presidencial russa de março, teve sua candidatura rejeitada pela Comissão Eleitoral do país, nesta quinta-feira (8).

O opositor Boris Nadejdine teve sua candidatura rejeitada pela Comissão Eleitoral na Rússia
O opositor Boris Nadejdine teve sua candidatura rejeitada pela Comissão Eleitoral na Rússia © OLGA MALTSEVA/AFP
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Veterano da cena política russa, Nadejdin era a última esperança dos russos que se opõem ao Kremlin e disse que vai contestar a rejeição de sua candidatura na Justiça.

A Comissão Eleitoral, órgão responsável pela organização do pleito alinhado ao governo russo, recusou por unanimidade o registro da candidatura de Nadejdin, de 60 anos. Ele foi acusado de irregularidades na coleta das 100 mil assinaturas de eleitores necessárias para poder concorrer à Presidência.

"Participar da eleição presidencial de 2024 é a decisão política mais importante da minha vida. Não vou voltar atrás. Vou recorrer da decisão da Comissão Eleitoral no Supremo Tribunal", disse o líder da oposição momentos antes do veredito.

Caso a Suprema Corte recuse o pedido, o opositor de Putin deverá acionar a Corte Constitucional, o órgão judicial mais importante do país. "Vamos criar um movimento, já temos um partido", diz Nadejdin. "Mais cedo ou mais tarde serei presidente da Rússia", afirma.

É improvável que a Suprema Corte ou o Tribunal Constitucional, duas instituições leais ao Kremlin, tomem decisões favoráveis a Nadejdin, embora ele tenha dito que estava "contando com o sistema judicial russo para resolver a situação".

A reeleição do presidente russo, Vladimir Putin, está praticamente certa. O pleito acontece nos dias 15 e 17 de março e a maioria dos opositores que poderia concorrer com ele foi exilada ou presa.

Mas, mesmo se participasse do pleito, Nadejdin teria poucas chances de vencer Vladimir Putin. No final de janeiro, ele disse que esperava que a eleição presidencial pudesse marcar o "início do fim" da era Putin.

"Dezenas de milhões de pessoas votariam em mim. Só perco para Putin!", disse Nadejdin à Comissão na quinta-feira.

Contra a guerra na Ucrânia

Ex-deputado liberal, o opositor promete colocar um fim ao "pesadelo" da ofensiva na Ucrânia, à "militarização" da Rússia e libertar "todos os presos políticos", como o líder da oposição Alexei Navalny, detido no Ártico.

"Não o vemos como um concorrente", menosprezou Dmitry Peskov, porta-voz do presidente russo, durante uma entrevista no final de janeiro.

Peskov justificou a decisão da Comissão Eleitoral e disse que "um grande número de erros nas assinaturas" foi identificado na candidatura de Nadejdin. "Esse é um critério importante que não foi cumprido", disse. "A Comissão segue claramente as regras estabelecidas para os candidatos", completou.

Vladimir Putin, no poder desde 2000, deve ser reeleito para um novo mandato de seis anos nas eleições presidenciais de março. Com uma reforma constitucional aprovada em 2020, Putin pode permanecer no Kremlin até 2036, quando completa 84 anos.

Com informações da AFP

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