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Atentado mata mais de 100 no Irã e aumenta tensão no Oriente Médio um dia após ataque no Líbano

Pelo menos 103 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nesta quarta-feira (03) no Irã, após uma dupla explosão. O ataque atingiu uma multidão que homenageava o general Qasem Soleimani no quarto aniversário de seu assassinato, informou a imprensa estatal iraniana. Autoridades do país começam a afirmar que Israel seria o autor dos ataques.

Um homem ferido recebe ajuda depois que duas explosões sucessivas atingiram uma multidão no aniversário de morte do general Soleimani, na cidade de Kerman, no sul do Irã, em 3 de janeiro de 2024.
Um homem ferido recebe ajuda depois que duas explosões sucessivas atingiram uma multidão no aniversário de morte do general Soleimani, na cidade de Kerman, no sul do Irã, em 3 de janeiro de 2024. © AFP
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O presidente iraniano, Ebrahim Raïssi, condenou esta quarta-feira o duplo ataque à bomba que matou pelo menos 103 pessoas, denunciando um ato “covarde” e “odioso”. “Não há dúvida de que os autores deste ato covarde serão em breve identificados e punidos pelo seu ato hediondo, pelas forças de segurança e aplicação das leis competentes”, disse Raïssi num comunicado.

Por sua vez, o aiatolá Ali Khamenei promete uma “resposta severa”. “Os inimigos malignos e criminosos da nação iraniana trouxeram mais uma vez o desastre e transformaram um grande número do nosso povo em Kerman em mártires”, disse o líder supremo num comunicado. “Esta catástrofe terá uma resposta severa, se Deus quiser”, acrescentou.

O ministro do Interior, em declaração à televisão iraniana, diz que a vingança do Irã será muito dura. No entanto, ele não acusou nenhum grupo ou Estado, particularmente Israel, mas outras autoridades começam a afirmar que o Estado Judeu está por trás deste duplo ataque.

As bombas explodiram em um momento de tensão, um dia após o número dois do Hamas, Saleh al Arouri, aliado do Irã, morrer em um ataque com drone em Beirute, atribuído a Israel.

"Atentado terrorista"

Uma enorme explosão foi ouvida perto da mesquita Saheb al-Zaman, onde está localizado o túmulo de Qasem Soleimani, na sua cidade natal, Kerman, no sul do Irã, informou a televisão estatal. A segunda explosão aconteceu cerca de 10 minutos depois.

Rahman Jalali, vice-governador da província de Kerman, declarou na televisão que as bombas foram "um atentado terrorista".

Os ataques ocorreram durante uma cerimônia em memória do antigo chefe da Força Quds da Guarda Revolucionária Iraniana, que foi assassinado por americanos em um bombardeio por drones próximo ao aeroporto de Bagdad, em 2020.

A multidão havia se reunido em Kerman e se dirigia para o túmulo de Soleimani. Segundo a mídia oficial, as duas bombas foram ativadas remotamente.

O Irã decretou nesta quinta-feira (04) luto nacional pelas vítimas.

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Quarto aniversário de morte 

Encarregado das operações internacionais da Guarda Revolucionária -- o Exército ideológico do Irã -- o general Soleimani foi o arquiteto das operações militares iranianas no Oriente Médio. Ele desempenhou um papel de liderança na guerra na Síria ao apoiar o regime do presidente Bashar al-Assad e combater o grupo Estado Islâmico.

Também esteve na linha de frente para ajudar e armar os grupos palestinos do Hamas e da Jihad Islâmica, bem como o Hezbollah e as milícias xiitas no Iraque e na Síria.

O general Soleimani em reunião em Teerã, em 2016
O general Soleimani em reunião em Teerã, em 2016 AP

Soleimani era uma das personalidade públicas mais populares do país. Após sua morte, em 2020, o aiatolá Ali Khamenei decretou três dias de luto nacional.

(Com informações da AFP e do correspondente da RFI em Teerã, Siavosh Ghazi)

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