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Faixa de Gaza: mais 14 reféns serão libertados em troca de outros 42 prisioneiros palestinos

É forte a expectativa neste sábado (25) para a libertação de mais 14 reféns mantidos pelo grupo Hamas e 42 prisioneiros palestinos detidos em Israel, no segundo dia da trégua entre Tel Aviv e o movimento extremista. As listas com os nomes já foram preparadas por ambas as partes.

Amelia Aloni, de seis anos, uma das reféns libertadas pelo grupo Hamas, abraça a avó no hospital Schneider, em Israel, neste sábado (25).
Amelia Aloni, de seis anos, uma das reféns libertadas pelo grupo Hamas, abraça a avó no hospital Schneider, em Israel, neste sábado (25). AP
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O Egito anunciou ter recebido do Hamas os nomes dos 14 reféns que deverão deixar o cativeiro no sábado. Israel também indicou que se prepara para retirar 42 palestinos de seus presídios. 

Na sexta-feira (24), 24 reféns - 13 israelenses, 10 tailandeses e um filipino - foram libertados e chegaram a Israel através do Egito. Tel Aviv libertou 39 palestinos que estavam detidos em presídios israelenses.

O acordo assinado por Israel e o grupo Hamas prevê que em quatro dias de trégua 50 reféns voltem para casa e 150 detentos sejam retirados de prisões israelenses. A pausa nos combates também permite a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. 

Segundo o porta-voz das Forças Armadas israelenses, Doron Spielman, após as operações de sexta-feira (24), o movimento islâmico ainda manteria cerca de 215 pessoas. "Não sabemos se eles estão mortos ou vivos", indicou. 

De volta para casa

Em Tel Aviv, os rostos sorridentes dos reféns libertados foram projetados na sexta-feira na fachada do Museu de Arte, junto à frase: "Voltei para casa".

"Estou feliz de ter reencontrado minha família. Sentir alegria é permitido e é permitido deixar cair uma lágrima. É humano", afirmou Yoni Asher em um vídeo publicado nas redes sociais. Ele acolheu sua esposa, Doron, e suas duas filhas, de dois e quatros anos, sequestradas pelo Hamas em 7 de outubro. "Mas não estou comemorando, e não vou comemorar até que os últimos reféns não tenham voltado para casa", reitera.

O hospital israelense Schneider indicou neste sábado que quatro crianças e quatro mulheres libertadas que foram levadas ao local na sexta-feira já receberam alta. Elas continuam sendo acompanhadas por equipes médicas e psicossociais, mas o estado de saúde delas é "bom".

As cinco reféns idosas libertadas estão no hospital Wolfson, em Holon, perto de Tel Aviv, em condição "estável". Segundo o estabelecimento, elas recebem "cuidados adaptados" na companhia de suas famílias.

Na Cisjordânia ocupada, a emoção, junto a fogos de artifício, marcaram a libertação de prisioneiros. As cidades de Beitunia e o campo de refugiados de Nablus também celebraram o retorno de cidadãos palestinos a suas casas. No entanto, em Jerusalém Oriental, ocupada por Israel desde 1967, todas as comemorações foram proibidas.

"Passei o final da minha infância e da minha adolescência na prisão, longe de meus pais e seus carinhos. É desta forma que um Estado nos oprime", afirmou Marah Bakir, de 24 anos. A jovem passou os últimos oito anos detida pela tentativa de assassinato de um guarda de fronteira israelense. 

Frágil momento de calma

A trégua temporária oferece um frágil momento de tranquilidade aos moradores da Faixa de Gaza, bombardeada e alvo de uma violenta ofensiva israelense após os ataques do Hamas do último 7 de outubro. 

"A trégua nos faz bem, esperamos que dure. É bom ter calma. As pessoas querem viver", diz o palestino Mohammed Dheir, que fugiu com a família a Rafah, no sul do enclave.

Segundo a ONU, mais da metade das residências de civis foram destruídas ou danificadas na Faixa de Gaza. Cerca de 1,7 milhão de pessoas tiveram que deixar suas casas, impedidas de deixar o enclave por conta do estrito bloqueio israelense. 

Panfletos lançados por meio de aviões israelenses à população de Gaza na sexta-feira preveniu os moradores, no entanto, que "a guerra ainda não terminou". "Voltar para o norte é proibido e muito perigoso!", indicam os flyers.

Na sexta-feira, 200 caminhões carregando ajuda humanitária puderam entrar no território palestino através do Egito. Esse é o maior comboio a chegar ao local desde o início da guerra, que privou os moradores do enclave de água, comida, medicamentos, eletricidade e combustíveis.

(Com informações da AFP

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