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China atinge pior nível de poluição do ar em meses e pede que moradores fiquem em casa

Espera-se que os altos níveis de poluição persistam em Pequim e em regiões próximas até meados de novembro, informou a mídia estatal chinesa na quarta-feira (1°). Um estudo indiano relaciona a inalação de partículas de ar poluído com o desenvolvimento de doenças como diabete e hipertesão. 

Motociclistas dirigem suas scooters em meio à neblina causada pela poluição do ar em Pequim, em 1º de novembro de 2023.
Motociclistas dirigem suas scooters em meio à neblina causada pela poluição do ar em Pequim, em 1º de novembro de 2023. AFP - PEDRO PARDO
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Nesta semana, dezenas de milhões de residentes da capital chinesa e de seus arredores enfrentaram uma das piores condições de poluição atmosférica dos últimos meses.

Na quarta-feira, as concentrações de partículas finas perigosas PM2.5 (com menos de 2,5 mícrons de diâmetro) em Pequim foram mais de 20 vezes superiores às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), de acordo com a empresa de monitoramento da qualidade do ar suíça IQAir, que afirma que a capital chinesa é atualmente a terceira cidade mais poluída do mundo.

Em resposta à poluição atmosférica, as autoridades tomaram medidas para limitar o tráfego de veículos de alta emissão e incentivaram os moradores a ficarem em casa.

Níveis de poluição "moderados", bem acima dos níveis recomendados, e níveis de poluição "severos e altos" devem afetar as regiões de Pequim, Tianjin e Hebei até meados de novembro, de acordo com autoridades chinesas citadas pelo jornal estatal Beijing Daily.

Região abriga mais de 100 milhões de pessoas

As previsões para a região baseiam-se em uma análise conjunta realizada pelo Centro Nacional de Monitoramento Ambiental da China e pelas autoridades meteorológicas locais em todo o país. "Os principais poluentes (na região de Pequim-Tianjin-Hebei) são PM2,5 e PM10", diz o relatório.

Esses poluentes têm sido associados a mortes prematuras entre pessoas que sofrem de doenças cardíacas ou pulmonares, bem como a uma série de problemas respiratórios e outros problemas de saúde, de acordo com a Agência de Proteção Ambiental dos EUA.

Em Pequim, as autoridades emitiram um alerta na segunda-feira (30) para o segundo nível mais alto de poluição do país. E em algumas partes de Hebei, a visibilidade foi reduzida para menos de 50 metros. As autoridades culparam o nível de poluição pelas "condições climáticas desfavoráveis".

Uma densa névoa sufocou áreas do norte da China nesta semana, enquanto a região luta contra uma das piores poluições atmosféricas do ano.
Uma densa névoa sufocou áreas do norte da China nesta semana, enquanto a região luta contra uma das piores poluições atmosféricas do ano. AFP - PEDRO PARDO

A capital chinesa declarou uma "guerra contra a poluição" em 2015, após vencer os Jogos Olímpicos de Inverno ao fechar dezenas de usinas elétricas movidas a carvão e realocou indústrias pesadas. No entanto, embora tenha havido melhorias nos últimos anos, a qualidade do ar continua bem abaixo dos padrões da OMS.

A China é o maior emissor mundial de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono, que são responsáveis pelas mudanças climáticas. O recente aumento no número de licenças para usinas elétricas movidas a carvão aumentou os temores de que a China retroceda em suas metas de atingir o pico de emissões entre 2026 e 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2060.

Riscos para a saúde

O British Medical Journal publicou em outubro um estudo realizado na Índia que afirma que a inalação de ar poluído pode aumentar o risco de diabetes tipo 2.

A pesquisa, realizada com 12 mil residentes de Delhi e Chennai, encontra ligação entre partículas PM2.5 e aumento dos níveis de açúcar no sangue. Quando inaladas, as partículas PM2,5 - que são 30 vezes mais finas do que um fio de cabelo - podem entrar na corrente sanguínea e causar várias doenças respiratórias e cardiovasculares.

O estudo faz parte de uma pesquisa em andamento sobre doenças crônicas na Índia, iniciada em 2010. É o primeiro a estreitar a ligação entre a exposição à PM2.5 ambiente e o diabetes tipo 2.

Outro estudo também realizado pelos indianos constatou que a exposição média anual ao PM2,5 em Delhi (92μg/m3) levou ao aumento dos níveis de pressão arterial e à maior probabilidade de desenvolver hipertensão.

Juntos, os estudos mostram que os níveis mais altos do que os seguros de PM2,5 no ar das cidades indianas causam diabetes e hipertensão que podem levar à aterosclerose (o acúmulo de depósitos de gordura nas artérias), ataques cardíacos e insuficiências cardíacas, disse Mandal.

(Com informações da AFP)

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