Japão inicia segunda fase de despejo de água na central nuclear de Fukushima
O Japão iniciou nesta quinta-feira (5) a segunda fase do processo de despejo no mar da água tratada da central nuclear de Fukushima, informou a operadora Tepco.
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A primeira fase começou em 24 de agosto, quando o país começou o processo de despejo de parte da 1,34 milhão de toneladas de água residual acumulada, desde que um tsunami danificou a central nuclear, em 2011.
A água que será jogada no mar foi utilizada para resfriar cada um dos reatores que entraram em fusão. A operação foi validada pela AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
Assim como na primeira fase, concluída em 11 de setembro, 7,8 mil toneladas de água serão despejadas na segunda fase. A Tepco destacou ela foi filtrada para eliminar os elementos radioativos, com exceção do trítio, que permanece em níveis considerados seguros. A companhia planejou outras três operações similares até o final de março de 2024.
"Foi confirmado que a primeira fase de despejo aconteceu de acordo com os planos e de forma segura", declarou o porta-voz do governo, Hirokazu Matsuno. Ele também destacou que não foram detectadas irregularidades.
O processo completo de despejo, que deve demorar décadas, visa abrir espaço para a remoção de combustível radioativo perigoso e dos detritos dos reatores danificados da central.
O governo japonês insiste que a água tratada não representa riscos para a saúde, mas a China criticou o processo e proibiu, desde agosto, a importação de produtos marinhos do Japão.
A Rússia também avalia suspender a importação dos produtos. O país mantém relações tensas com o governo japonês desde que adotou sanções contra Moscou, por conta da guerra da Ucrânia.
Em Seul, na Coreia do Sul, diversos opositores protestaram contra o despejo. A água, na sua maior parte, provém de lençóis freáticos e da chuva, e ficou estocada em cisternas na central nuclear. Em seguida, ela foi tratada para que ficasse livre de substâncias radioativas, exceto o trítio. Mas, o elemento só é perigoso em doses muito concentradas, segundo especialistas.
Para diminuir a concentração de trítio, a Tepco dilui a água com substância na água do mar, antes de evacuá-la no oceano, para que seu nível de radiotividade não ultrapasse o teto de 1.500 bequerels por litro (Bq/l).
"Como foi o caso no primeiro despejo, continuaremos a vigiar os níveis de trítio. Continuaremos a informar o público de maneira clara e compreensível, nos baseando em provas científicas", declarou na semana passada um representante da Tepco.
O Japão prevê o despejo no oceano Pacífico de um total de mais de 1,3 milhões de metros cúblicos de água com trítio de Fukushima – o equivalente a 540 piscinas olímpicas –, mas de maneira gradual, até o início do anos 2050.
Com informações da AFP
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