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Putin rompe silêncio, confirma morte de Prigozhin e saúda memória de 'um homem talentoso'

Vladimir Putin enviou suas condolências à família de Yevgeny Prigozhin nesta quinta-feira (24), saudando a memória de um "homem de negócios talentoso" e confirmando a provável morte do chefe do grupo paramilitar Wagner na queda de um jato particular na quarta-feira (23) ao norte de Moscou.

Yevgeny Prigozhin serve comida ao então primeiro-ministro russo Vladimir Putin em um restaurante nos arredores de Moscou, Rússia, em 11 de novembro de 2011.
Yevgeny Prigozhin serve comida ao então primeiro-ministro russo Vladimir Putin em um restaurante nos arredores de Moscou, Rússia, em 11 de novembro de 2011. © AP
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Rompendo o silêncio das autoridades russas sobre a queda da aeronave, cujas causas permanecem indeterminadas, o presidente russo disse que o exame das circunstâncias da tragédia levará tempo, enquanto as dez vítimas do acidente ainda não foram formalmente identificadas pelos investigadores.

"Em relação a essa tragédia, gostaria de expressar minhas mais sinceras condolências às famílias de todas as vítimas. É sempre uma tragédia", acrescentou Vladimir Putin em uma reunião no Kremlin transmitida pela televisão.

"Se os funcionários da empresa Wagner estavam (no avião), e as primeiras indicações são de que estavam, gostaria de enfatizar que essas pessoas deram uma contribuição significativa para nossa causa comum de combater o regime neonazista na Ucrânia", continuou.

"Nós nos lembramos, sabemos e não vamos nos esquecer", concluiu.

"Traição"

O acidente aéreo ocorreu dois meses após a rebelião abortada de Yevgeny Prigozhin, uma "traição" denunciada na época como uma "punhalada nas costas" por Vladimir Putin.

Na quinta-feira, o presidente russo lembrou que conhecia o chefe do grupo Wagner, um ex-presidiário de direito comum que se tornou o "cozinheiro" do Kremlin à frente de um lucrativo negócio de bufê antes de fundar a empresa mercenária, desde os anos 1990.

Ele era um homem talentoso, um empresário talentoso. Trabalhou não apenas para o nosso país e obteve resultados, mas também no exterior, especialmente na África", disse Vladimir Putin.

Vingança?

Quando um jornalista lhe perguntou em um documentário em 2018 se ele podia perdoar os erros das pessoas ao seu redor, Vladimir Putin respondeu: "Sim. Mas não tudo". A linha vermelha: 'traição'".

Quando seu aliado de longa data, Yevgeny Prigozhin, lançou seu breve motim em junho, muitos pensaram que o chefe dos mercenários de Wagner seria imediatamente preso, dado como desaparecido ou eliminado.

Mas o desafio mais humilhante para Putin em 24 anos de governo terminou em um acordo pelo qual Prigozhin e seus combatentes foram autorizados a se exilar na vizinha Belarus.

Mas a realidade se mostrou mais obscura. Na verdade, Prigozhin havia sido discretamente recebido por três horas no Kremlin no final de junho e depois convidado para a cúpula Rússia-África em São Petersburgo, em julho. Ele morreu na quarta-feira em um acidente de avião a 300 km de Moscou, objeto de todas as suspeitas.

"Putin é alguém que acredita que a vingança é um prato que deve ser servido frio", disse o diretor da CIA, Bill Burns, em um fórum de segurança em Aspen, nos EUA, no mês passado. Ele é até mesmo "o apóstolo supremo da vingança", afirmou.

O presidente dos EUA, Joe Biden, que disse na quarta-feira que não estava surpreso com o desaparecimento de Prigozhin, brincou em julho que, se ele fosse o chefe de Wagner, "eu tomaria cuidado com o que comia".

(Com AFP)

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