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Acidente ou vingança? Imprensa francesa repercute anúncio da morte do chefe do grupo Wagner

Os principais jornais desta quinta-feira (24) trazem em suas capas manchetes sobre a suposta morte do chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgueni Prigozhin. Agências de notícias russas indicam que ele está na lista de um avião que caiu entre Moscou e São Petersburgo na quarta-feira (23).

O Brasil poderia participar da investigação sobre o acidente do avião que caiu nesta quarta-feira (23) na Rússia com o chefe da milícia Wagner a bordo, embora a condução do processo seja responsabilidade de Moscou, afirmaram autoridades brasileiras.
O Brasil poderia participar da investigação sobre o acidente do avião que caiu nesta quarta-feira (23) na Rússia com o chefe da milícia Wagner a bordo, embora a condução do processo seja responsabilidade de Moscou, afirmaram autoridades brasileiras. AP
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"A queda" é a manchete do jornal Libération que estampa sua capa com o rosto de Prigozhin e sua expressão raivosa, o dedo indicador apontando para a câmera. "Acidente ou vingança, após sua espetacular insurreição no fim de junho?", questiona o jornal.

O diário lembra que exatos dois meses após a rebelião do grupo Wagner, liderada por Prigozhin, seu avião particular parece ter caído. Dez pessoas estavam a bordo da aeronave, entre elas, 3 membros da tripulação, todos eles morreram, indica a reportagem do Libé. No entanto, a veracidade das imagens que mostram o aparelho em queda livre, compartilhadas nas redes sociais, não pode ser confirmada, reitera.

"A sombra da Rússia por trás da morte anunciada de Prigozhin" é manchete do jornal Le Figaro. O diário destaca que a última vez que a última prova de vida do líder do Wagner data de segunda-feira (21), quando ele apareceu em um vídeo divulgado por milícias próximas a seu grupo. 

Senhor da guerra

Le Figaro também traz um perfil de Prigozhin "cozinheiro de Putin que se tornou o senhor da guerra", diz o título da matéria, em referência aos muitos apelidos do combatente conhecido por sua brutalidade. De grande fiel do regime russo, Prigozhin se rebelou nos últimos meses, "como se a guerra na Ucrânia, expondo as fraquezas de Moscou, tivesse acionado o acelerador de partículas da caixa preta do poder, afiando rivalidades e revoltas", publica. 

Prigozhin também estampa a capa do jornal Le Parisien, que afirma que a guerra na Ucrânia pode tomar um novo rumo, se a morte do líder do grupo Wagner for confirmada. Em entrevista ao diário, Carole Grimaud, fundadora do think tank russo Center for Russia and Eastern Europe Research vê na queda do avião "um sinal" a todos aqueles que recusam lealdade ao regime de Putin. 

Segundo ela, em junho, "Prigozhin rompeu o contrato [com Moscou]", algo considerado inaceitável pelo Kremlin. "Esse incidente é uma mensagem direcionada às elites e às forças russas, um aviso. Putin está dizendo: 'olhem o que espera vocês se deixarem de ser leais a mim", analisa Grimaud. 

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