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Japão posterga decisão sobre destino de água proveniente da usina de Fukushima

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse no domingo (20) que seu governo ainda não decidiu quando despejará a água tratada da usina nuclear danificada de Fukushima no Oceano Pacífico, uma medida rejeitada por pescadores japoneses.

Primeiro-ministro japonês Fumio Kishida (segundo à direita), no local da usina nuclear de Fukushima Daiichi, 20 de agosto de 2023.
Primeiro-ministro japonês Fumio Kishida (segundo à direita), no local da usina nuclear de Fukushima Daiichi, 20 de agosto de 2023. AFP - JAPAN POOL
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Em março de 2011, a usina nuclear de Fukushima sofreu uma tripla catástrofe com terremoto, tsunami e um acidente nuclear. E segue no impasse sobre onde depositar 1,33 milhão de toneladas de água. O governo inicialmente garantiu que seria no Oceano Pacífico, mas há muitos indícios de que essas águas podem conter substâncias radioativas e alterariam o ciclo da água.

As autoridades, segundo a imprensa nipônica, tinham fixado o final do mês de agosto como a data em que estas águas, resultantes da chuva, águas subterrâneas e injeções de líquidos para arrefecer os reatores da central, serem lançadas ao mar.

Mas durante visita a Fukushima neste domingo, Kishida preferiu, no entanto, não adiantar uma data exata e garantiu que o executivo deve primeiro "examinar" junto à indústria pesqueira "medidas relacionadas à segurança e reputação" do setor, fundamental para a economia japonesa.

O Japão planeja despejar até 1,33 milhão de toneladas de água, o equivalente a 500 piscinas olímpicas, no Pacífico a partir de Fukushima, no nordeste do país.

O operador da usina, Tepco, garante que a água foi tratada, as partículas radioativas foram filtradas e que não é perigosa.

Embora a ONU tenha endossado essa operação, o setor pesqueiro se opõe e a China já proibiu a importação de alguns alimentos.

Divergências entre o Japão e a Coreia do Sul

Se outros países asiáticos, como a China e Taiwan, expressaram seu desacordo com a decisão do Japão de despejar a água contaminada no Pacífico, a Coreia do Sul foi particularmente veemente. A desconfiança se explica pelas divergências não resolvidas entre os dois países em torno das violências do Estado japonês durante a colonização da península, entre 1905 e 1945.

Durante o governo sul-coreano precedente, as relações entre os países vizinhos se degradaram a ponto de resultar em uma verdadeira guerra comercial. Além disso, importações de peixe de oito cidades japonesas continuam proibidas na Coreia do Sul.

O primeiro-ministro japonês Fumio Kishida chegou a convidar especialistas sul-coreanos a observar o processo de tratamento das águas contaminadas de Fukushima. No entanto, a iniciativa não foi suficiente para convencer a opinião pública da Coreia do Sul até o momento.

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