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Tunísia e Líbia vão receber migrantes bloqueados no deserto

A Tunísia e a Líbia anunciaram nesta quinta-feira (10) um acordo para receber os migrantes que estão bloqueados há um mês em Ras Jedir, na fronteira entre os dois países, para onde foram levados pela polícia tunisiana, de acordo com vários testemunhos, relatórios de ONGs e agências da ONU.

Migrantes africanos reunidos em uma praça de Sfax, Tunísia, em 13 de julho de 2023.
Migrantes africanos reunidos em uma praça de Sfax, Tunísia, em 13 de julho de 2023. REUTERS - JIHED ABIDELLAOUI
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Em uma reunião entre os ministros do Interior realizada na Tunísia, os dois países "chegaram a um acordo para dividir os grupos de migrantes na fronteira", informou um porta-voz do governo tunisiano. "A Tunísia receberá um grupo de 76 homens, 42 mulheres e 8 crianças", detalhou Faker Bouzghaya. O pacto prevê que os líbios recebam o restante dos migrantes bloqueados, cerca de 150, disse o porta-voz da Tunísia.

O Ministério do Interior da Líbia anunciou um acordo bilateral "para uma solução consensual que ponha fim à crise de migrantes irregulares bloqueados na zona fronteiriça".

Nos últimos dias, cerca de 300 migrantes da África Subsaariana continuavam bloqueados em condições precárias na área de Ras Jedir, de acordo com fontes humanitárias. No grupo há 12 grávidas e 65 crianças, segundo fontes humanitárias. A polícia da Tunísia é acusada de expulsar "pelo menos 2.000 subsaarianos" para áreas desérticas nas fronteiras com a Argélia e a Líbia, após a morte de um tunisiano em 3 de julho em Sfax, durante uma briga com migrantes.

Papa Francisco pede atenção aos migrantes

O papa Francisco pediu nesta quinta-feira para não ficarmos "indiferentes" às "tragédias" de migrantes que morrem na travessia do Mediterrâneo, um dia depois da notícia de um novo naufrágio com 41 desaparecidos, incluindo três crianças.

"Recebi com pesar a notícia de um novo naufrágio de migrantes no Mediterrâneo", escreveu o pontífice em sua conta na plataforma X (antigo Twitter). "Não fiquemos indiferentes diante destas tragédias e rezemos pelas vítimas e suas famílias", pediu o jesuíta.

Segundo depoimentos de quatro sobreviventes, a embarcação de metal de sete metros de comprimento virou devido ao mau tempo, na madrugada de sexta-feira (4), após deixar o porto de Sfax, na Tunísia.

Os quatro sobreviventes - um menor desacompanhado de 13 anos, uma mulher e dois homens - foram resgatados por um navio mercante e depois levados pela Guarda Costeira para a ilha italiana de Lampedusa.

Muito sensível às questões de migração, o papa Francisco, de 86 anos, pede regularmente que os migrantes sejam acolhidos, mesmo em países conhecidos por suas rígidas políticas anti-imigração.

Segundo dados coletados pelas Nações Unidas, desde janeiro mais de 1.800 pessoas morreram em naufrágios no Mediterrâneo central, a rota de migração mais perigosa do mundo. Isso representa mais do que o dobro no mesmo período de 2022.

(Com informações da AFP)

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