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Estudo comprova que poluição aumenta resistência a antibióticos: efeito pode se tornar 1ª causa de mortes no mundo

O aumento da resistência aos antibióticos, "uma das maiores ameaças à saúde global", segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), pode estar ligado ao aumento da poluição do ar, afirma um estudo recente publicado na prestigiosa revista The Lancet. A resistência bacteriana aos antibióticos se tornou um dos maiores desafios para a saúde global. Para a OMS, esse fenômeno causa aproximadamente 700 mil mortes por ano e pode se tornar a principal causa de óbitos no mundo até 2050.

Poluição na cidade de São Paulo (foto ilustrativa).
Poluição na cidade de São Paulo (foto ilustrativa). ASSOCIATED PRESS - Andre Penner
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O uso incorreto e abusivo de antibióticos acelerou a resistência de algumas bactérias a esses medicamentos nos últimos anos. Isso torna cada vez mais difícil o tratamento de infecções como pneumonia e tuberculose, aumentando a mortalidade e os custos médicos.

Mas os resultados de um estudo recente, publicado na revista The Lancet Planetary Health, indicam que esse aumento da resistência bacteriana aos antibióticos pode estar ligado a um segundo fator: a poluição do ar.

Os cientistas concentraram sua análise em um dos principais poluentes da atmosfera, a partícula fina PM2.5. Usando dados coletados em 116 países, de 2000 a 2018, eles concluíram que a resistência a antibióticos aumenta quanto mais partículas PM2.5 estiverem presentes no ar.  

Meio milhão de mortes prematuras

Os pesquisadores do estudo explicam que essas partículas contêm e carregam bactérias resistentes e genes de resistência a antibióticos, que então passariam do ambiente para a população.

Entretanto, ainda faltam evidências para entender claramente os mecanismos envolvidos na relação entre poluição e resistência a antibióticos. Os autores insistem que não é possível estabelecer a causalidade entre os dois fenômenos, embora eles possam estar ligados.

O estudo afirma que a resistência aos antibióticos resultante da poluição está ligada a uma estimativa de 480.000 mortes prematuras em 2018. Eles também afirmam que, se nenhuma medida for tomada para reduzir a poluição, os níveis de resistência a antibióticos em todo o mundo poderão aumentar em 17% até 2050, sendo a África e a Ásia as áreas mais afetadas.

Os resultados desse novo estudo são mais um sinal da necessidade de reduzir os níveis de poluição da atmosfera, o que não apenas limitaria os problemas relacionados à má qualidade do ar, mas também poderia evitar milhares de mortes relacionadas a bactérias resistentes a medicamentos.

(Com RFI e agências)

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