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Execuções por pena de morte atingem nível mais alto no mundo desde 2017

Quase 900 pessoas foram executadas por pena de morte em todo o mundo em 2022 - um recorde desde 2017. Os dados constam do relatório anual da Anistia Internacional, divulgado nesta terça-feira (16). A ONG denuncia um "frenesi assassino" em alguns países.  

A ONG Anistia Internacional publicou seu relatório sobre a pena de morte no mundo nesta terça-feira, 16 de maio.
A ONG Anistia Internacional publicou seu relatório sobre a pena de morte no mundo nesta terça-feira, 16 de maio. © Divulgação
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"O número de execuções registradas em 2022 atingiu o nível mais alto em cinco anos", afirma a Anistia Internacional. Segundo a ONG, nações do Oriente Médio e do norte da África são as principais responsáveis pelo fenômeno. 

No total, 883 pessoas foram executadas em 20 países em 2022, um aumento de 53% em relação ao ano anterior. O relatório indica, no entanto, que o número deve ser muito maior: "esse aumento de execuções não leva em consideração outras milhares que provavelmente ocorreram na China". 

Segundo o documento, nos países do Oriente Médio e do norte da África, os números passaram de 520 em 2021 a 825 em 2022. No Irã, no mesmo período, a quantidade de execuções subiu de 314 a 576. Segundo a secretária-geral da instituição, Agnès Callamard, isso se deve "a uma tentativa desesperada de colocar fim à revolta popular" da qual o país foi palco no ano passado. "As autoridades tiraram a vida de pessoas que apenas exerceram seu direito de manifestar", reitera.

Na Arábia Saudita, as estatísticas triplicaram, passando de 65 a 196 - o nível mais alto registrado pela Anistia Internacional em 30 anos. "O país chegou a executar 81 prisioneiros em um único dia", ressalta Callamard. 

Dificuldade de avaliação dos países asiáticos

A ONG reconhece as dificuldades de avaliação da pena de morte em alguns países asiáticos, como a China, a Coreia do Norte e o Vietnã. Por isso, ressalta que o aumento do recurso da pena capital foi na realidade "muito maior". "Ainda que ignoremos o número preciso de pessoas executadas na China, esse país continua sendo claramente o primeiro da lista", diz a ONG. 

O relatório de 2023 da Anistia Internacional também anuncia uma "boa notícia". Quatro países - Cazaquistão, Papua-Nova Guiné, Serra Leoa e a República Centro-Africana - aboliram completamente a pena de morte em 2022. Já a Guiné Equatorial e a Zâmbia suprimiram a pena capital para crimes comuns. 

(Com informações da AFP) 

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