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China mobiliza navios de guerra em torno Taiwan em represália a apoio dos EUA

A China enviou navios de guerra nesta quinta-feira (6) em torno de Taïwan, em represália ao encontro entre a presidente Tsai Ing-wen e o republicano Kevin McCarthy, presidente da Câmara dos Representantes, nesta quarta-feira (5), nos Estados Unidos.

O Presidente da Câmara Kevin McCarthy, R-Calif., à direita, aperta a mão da presidente taiwanesa Tsai Ing-wen durante coletiva após uma reunião de liderança bipartidária na Biblioteca Presidencial Ronald Reagan em Simi Valley, Califórnia, quarta-feira, 5 de abril de 2023.
O Presidente da Câmara Kevin McCarthy, R-Calif., à direita, aperta a mão da presidente taiwanesa Tsai Ing-wen durante coletiva após uma reunião de liderança bipartidária na Biblioteca Presidencial Ronald Reagan em Simi Valley, Califórnia, quarta-feira, 5 de abril de 2023. AP - Ringo H.W. Chiu
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A reunião aconteceu durante uma escala da representante taiwanesa nos EUA, em sua viagem de volta da Guatemala e Belize, dois dos últimos aliados oficiais da ilha.

McCarthy planejou inicialmente seguir o exemplo de sua antecessora no cargo, a democrata Nancy Pelosi, que visitou Taiwan em agosto do ano passado. A viagem provocou a indignação da China, que respondeu com as maiores manobras militares de sua história ao redor da ilha.

O presidente da Câmara dos Representantes acabou optando por se encontrar com Tsai Ing-wen e vários representantes do Congresso na Biblioteca Presidencial Ronald Reagan, em um subúrbio de Los Angeles.

"Os Estados Unidos e Taiwan conspiraram para reforçar suas relações, o que afeta a soberania chinesa e exerce uma má influência nos separatistas de Taiwan", diz Mao Ning, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores. "A China tomará medidas firmes para defender com determinação sua soberania nacional e sua integridade territorial", completou Ning durante uma entrevista coletiva.

Pouco antes da reunião entre a representante de Taiwan e o líder americano, Pequim já havia enviado um porta-aviões ao redor da ilha. O Ministério da Defesa de Taiwan já havia informado, nesta quinta-feira (6), sobre a presença de um helicóptero e três navios de guerra chineses.

"Uma aeronave do Exército Popular de Libertação e três barcos da Marinha do Exército Popular de Libertação foram detectados às 6h (19h em Brasília) de hoje [quinta-feira]", diz um comunicado do ministério. "As Forças Armadas monitoraram a situação e mobilizaram aviões de patrulha aérea de combate, navios da marinha e sistemas de mísseis terrestres para responder a essas atividades", acrescenta o texto.

Comércio obstruído

Na quarta-feira, o Conselho de Assuntos do Continente de Taipé, encarregado da política em relação a Pequim na ilha, acusou as autoridades chinesas de "obstruir" o comércio no Estreito de Taiwan com inspeções de navios de carga e passageiros. As autoridades marítimas do país já tinham indicado que reforçariam as patrulhas nas águas que separam esta ilha do continente.

"A ação do lado chinês aumenta deliberadamente as tensões no estreito", lamentou o conselho taiwanês. "É uma clara violação do acordo de navegação através do Estreito e da prática marítima que terá um sério impacto adverso no tráfego normal entre os dois lados", acrescentou.

Macron muda de assunto

Em visita à China, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse, ao ser questionado sobre o aumento da tensão entre os dois países, não ter a impressão "de que a China busca um conflito com Taiwan". O chefe de Estado francês deu a entender que esse não era um assunto prioritário nas discussões bilaterais com o governo chinês, que focaram principalmente em uma mediação com os russos na guerra da Ucrânia. 

USA-TAIWAN/CALIFORNIA
USA-TAIWAN/CALIFORNIA REUTERS - DAVID SWANSON

Ambiguidade estratégica

A China considera a ilha de Taiwan, com governo democrático e autônomo, como uma província rebelde que faz parte de seu território e diz que está disposta a retomá-la até mesmo pela força, se necessário. Pequim não aceita que nenhum país tenha relações diplomáticas com a China e com Taiwan ao mesmo tempo. Apenas 13 nações no mundo reconhecem Taiwan como um país.

O governo dos Estados Unidos há muito tempo mantém uma "ambiguidade estratégica" sobre o assunto. O objetivo é dissuadir a China de invadir Taiwan e impedir que os líderes da ilha provoquem Pequim com uma declaração de independência.

Embora os Estados Unidos tenham reconhecido as autoridades de Pequim em 1979, Washington é o principal aliado de Taiwan e seu maior fornecedor de armas. O apoio à ilha é um dos poucos consensos bipartidários no Congresso dos Estados Unidos e, durante o mandato de Tsai Ing-wen, essa relação se fortaleceu.

(Com informações da AFP)

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