Desaparecimento misterioso de 2,5 toneladas de urânio na Líbia preocupa AIEA
A imprensa francesa reporta nesta quinta-feira (16) com preocupação o desaparecimento de 2,5 toneladas de urânio na Líbia, substância que pode ser usada como combustível nuclear quando enriquecida. O alerta foi feito na quarta-feira por Rafael Grossi, diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), após uma visita de inspetores da agência da ONU ao local onde autoridades líbias haviam declarado a estocagem do material.
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Os inspetores da AIEA constataram o desaparecimento de dez contêineres que continham urânio natural concentrado, também conhecido como yellow cake. A AIEA não informou detalhes sobre o caso, mas notificou os países-membros da agência sobre o misterioso desaparecimento, explica o jornal Le Monde.
A Líbia, prossegue o veículo francês, abandonou seu programa de desenvolvimento de armas nucleares em 2003, dois anos depois da queda do ex-ditador Muammar Kadafi, iniciador do projeto. Com a queda e a morte de Kadafi, após uma intervenção militar liderada pela França e pelo Reino Unido, com o apoio dos Estados Unidos, o país entrou em uma profunda crise política.
Atualmente, a Líbia é um país dividido ao meio, governado por dois poderes rivais, a leste e a oeste do território, com áreas ocupadas por um mosaico de milícias e mercenários que atuam sob ingerência externa da Rússia e da Turquia, entre outras nações. O governo na capital Trípoli é reconhecido pela ONU, enquanto o leste do país é governado pelo marechal Khalifa Haftar.
O jornal Le Figaro informa que a AIEA vai investigar as razões do desaparecimento das 2,5 toneladas de urânio e tentar localizar os contêineres. Segundo a agência, a perda desse material acarreta sobretudo um risco de contaminação radioativa, bem como para a segurança nuclear, embora especialistas afirmem que a quantidade desaparecida não é suficiente para a fabricação de uma bomba suja.
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