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Covid: Estudo retoma debate entre infecção e vacinação como formas de proteção

As pessoas estariam tão bem protegidas contra a Covid-19 quando já foram previamente infectadas com o vírus quanto se estivessem vacinadas, concluiu nesta sexta-feira (17) um dos maiores estudos sobre este assunto crucial para a gestão da epidemia, publicado na The Lancet.

Um homem realiza um teste de Covid em um estande em Xangai, em 16 de dezembro de 2022.
Um homem realiza um teste de Covid em um estande em Xangai, em 16 de dezembro de 2022. AP - Andrew Braun
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“Mesmo que uma infeção dê uma proteção que vai diminuindo com o tempo, o nível desta (…) parece tão duradouro, até mais do que o conferido pela vacinação”, afirma o trabalho que ocupa as páginas da revista científica britânica. A comparação é baseada nas vacinas de RNA mensageiro da Pfizer/BioNTech e Moderna, que estão entre as mais eficazes contra a Covid e são a ponta de lança das campanhas de vacinação em muitos países ocidentais.

O assunto não é novo, e muitos estudos já tentaram comparar os riscos de pegar Covid-19 novamente dependendo se a pessoa foi vacinada ou se já foi infectada. Mas o trabalho publicado na Lancet é de uma escala sem precedentes: a pesquisa compila cerca de 60 estudos pré-existentes, com um declínio de diversos anos que leva em consideração o surgimento, no final de 2021, da variante ômicron.

A variante se revelou muito mais contagiosa do que as anteriores e capaz de infectar muitos vacinados, sem que estes corressem um risco elevado de uma forma grave da doença. O estudo da Lancet conclui que a mesma situação se aplica em caso de infecção anterior pelo coronavírus: a proteção é bastante fraca contra uma reinfecção por ômicron, mas eficaz contra uma forma grave.

Imunidade híbrida

Estes resultados não significam que seja indiferente ser vacinado ou infectado para adquirir uma primeira imunidade: contrair a doença continua sendo uma forma muito mais arriscada de desenvolver imunidade, principalmente entre os mais velhos. O estudo, no entanto, fornece uma imagem mais precisa do que pode ser esperado na população a partir do desenvolvimento de imunidade "híbrida", já que mais e mais indivíduos foram vacinados e ficaram doentes pelo menos uma vez.

"A longo prazo, a maioria das infecções alcançará pessoas que estão bem protegidas contra formas graves, na sequência de uma infecção anterior, vacinação ou ambas", enfatizaram pesquisadores, não envolvidos no estudo, em um comentário também publicado na revista Lancet.

Os resultados, portanto, aumentam as esperanças de que futuras ondas de Covid resultarão em baixos níveis de hospitalizações, eles concluem.

(Com informações da AFP)

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