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Covid-19: França cancela isolamento obrigatório de doentes, mas OMS mantém nível máximo de alerta

Três anos após a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter declarado a Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional, a França se prepara para deixar de lado poucas das medidas ainda vigentes contra a doença. O nível máximo de alerta, no entanto, continua em vigor. 

Centro de testes de Covid-19 no Hospital Universitário de Nantes, no oeste da França, em 11 de janeiro de 2023.
Centro de testes de Covid-19 no Hospital Universitário de Nantes, no oeste da França, em 11 de janeiro de 2023. AFP - LOIC VENANCE
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As máscaras deixaram de ser utilizadas em boa parte dos países, as medidas básicas de proteção contra a doença foram esquecidas, mas, para a OMS, ainda não é o momento de baixar a guarda. Segundo Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da instituição, a suspensão do nível de alerta máximo seria prematura. 

"Continuo muito preocupado com a situação em muitos países e com o número crescente de mortes", disse o chefe da OMS à imprensa em Genebra nesta segunda-feira (30). "Temos a esperança que, durante o próximo ano, o mundo passará a uma nova fase na qual hospitalizações e mortes ligadas à Covid-19 serão reduzidas ao nível mais baixo possível", reiterou.

Emergência de saúde pública internacional

Em 30 de janeiro de 2020, um comitê de especialistas da OMS declarou a epidemia de Covid-19 como uma emergência de saúde pública de importância internacional. Na época, havia apenas 100 casos da doença fora da China e nenhuma morte registrada. 

Desde a detecção do vírus, no final de 2019, a Covid-19 deixou quase sete milhões de óbitos em todo o mundo, segundo dados da OMS do último 27 de janeiro, embora a organização e especialistas afirmem que este número seja muito maior. Nos últimos dois meses, a doença causou a morte de 170 mil pessoas. 

O país que mais sofre atualmente com a doença é a China. Desde o início da pandemia, Pequim instaurou uma rígida política sanitária que deixou de ser eficaz diante da ômicron, mais contagiosa que as variantes antecedentes. No final do ano passado, pressionado por uma grande revolta da população, o governo chinês flexibilizou as restrições, em um momento em que as contaminações já aumentavam vertiginosamente. 

Na semana do 16 ao 22 de janeiro, a metade dos 40 mil mortos por Covid-19 no mundo continuava sendo registrada na China. No entanto, a situação dá mostra de uma melhora expressiva, com uma queda de 80% na quantidade de mortos, segundo dados do governo. 

De acordo com Ghebreyesus, não há dúvidas que a situação teve uma expressiva melhora em relação à mesma época do ano passado, no ápice da onda da variante ômicron. Mas segundo ele, o vírus não deve ser subestimado. A Covid-19 "nos surpreendeu e continuará nos surpreendendo, continuará matando, a menos que façamos mais para fornecer meios sanitários às pessoas que precisam e para lutar contra a desinformação em escala mundial", alertou. 

França: fim do isolamento obrigatório de contaminados

Se em vários países asiáticos a máscara continua sendo regra, na Europa, a maioria das medidas básicas contra a Covid-19 já fazem parte do passado. Na França, uma série de restrições deixa de valer a partir da próxima quarta-feira (1°), como a atribuição de atestados de saúde automáticos, sem necessidade de consulta médica após um teste positivo à doença.

O isolamento de contaminados também não é mais obrigatório, embora continue sendo "recomendado" pela Direção Geral de Saúde da França.  O mesmo vale para testes compulsórios a quem teve contato com um doente.

Antes de anunciar as medidas, as autoridades sanitárias analisaram a evolução da Covid-19 no território francês. O país conta atualmente com cerca de 16 mil pessoas hospitalizadas devido à doença, contra 25 mil há cerca de um mês. Todos os outros índices relacionados à pandemia estão em baixa no país.

Nos últimos sete dias, a França registrou 1.458 hospitalizações, das quais 176 em UTIs, além de 254 mortes. No total, desde o início da pandemia, o país contabilizou 164.080 óbitos.

(RFI e AFP)

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