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Estudo mostra que flexibilização de restrições não resultou em novas variantes da Covid-19 na China

Nenhuma nova variante da Covid-19 teria surgido na China semanas depois que o governo local decretou o fim da rígida política sanitária Covid Zero. Essa é a conclusão de um novo estudo publicado nesta terça-feira (7) pela revista científica The Lancet

Chineses voltam aos poucos a uma vida normal apos a flexibilização das regras sanitárias anunciada pelas autoridades locais no final de 2022.
Chineses voltam aos poucos a uma vida normal apos a flexibilização das regras sanitárias anunciada pelas autoridades locais no final de 2022. AP - Andy Wong
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A China registrou uma explosão de casos depois de ter flexibilizado algumas restrições no início de dezembro, suscitando o temor de que o país mais populoso do mundo se tornasse um terreno fértil para novas variantes mais transmissíveis e graves da doença.

Com a decisão de Pequim, no final do ano, vários países impuseram rapidamente novas medidas restritivas aos viajantes provenientes da China, alegando uma falta de transparência sobre o rumo da epidemia no país. 

No entanto, um novo estudo publicado nesta terça-feira na revista Lancet mostra que não há nenhuma prova de que novas variantes surgiram no país. Segundo a pesquisa, mais de 90% dos casos registrados foram das subvariantes da ômicron BF.7 e BA5.2, já presentes na China. 

A BF.7 representou três quartos das amostras analisadas, enquanto a BA5.2 foi identificada em 15% dos casos. Segundo os autores do estudo, a gravidade das duas subvariantes foi ultrapassada por outras linhagens identificadas nos países ocidentais. 

Segundo o diretor do estudo, George Gao, virologista do Instituto de Microbiologia da Academia de Ciências da China, o trabalho sugere que duas subvariantes já conhecidas "foram as principais responsáveis pelo aumento de casos em Pequim e provavelmente em todo o país". 

Já dois virologistas da Universidade de Stellenbosch, na África do Sul, Wolfgang Preiser e Tongai Maponga, que não participaram da pesquisa, têm outra visão sobre o estudo. Segundo eles, "se novas variantes emergiram durante a onda, o estudo ocorreu tarde demais para detectá-las".

Eles alertam que as análises ocorreram em amostras colhidas entre 14 de novembro e 20 de dezembro, algumas semanas após o fim das restrições na China. Os dois cientistas também apontam que as autoridades chinesas reduziram drasticamente a realização de testes, o que poderia afetar os resultados.

Por outro lado, em sua conclusão final sobre o estudo publicado pela Lancet, Preiser e Maponga expressam a importância do compartilhamento de "dados indispensáveis" sobre a epidemia de Covid-19 na China.

(Com informações da AFP)

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