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Guerra na Ucrânia: Macron diz que não chamaria Putin de "açougueiro" e aposta na diplomacia

O presidente francês, Emmanuel Macron, disse neste domingo (27) que não chamaria o presidente russo, Vladimir Putin, de "açougueiro", como fez o presidente americano, Joe Biden, em visita à Polônia, neste sábado (26).

O presidente da França, Emmanuel Macron, gesticula durante uma coletiva de imprensa na sede da OTAN em Bruxelas, em 24 de março de 2022.
O presidente da França, Emmanuel Macron, gesticula durante uma coletiva de imprensa na sede da OTAN em Bruxelas, em 24 de março de 2022. AFP - THOMAS COEX
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"Eu não usaria esse tipo de comentário porque continuo discutindo com o presidente Putin", disse em entrevista ao canal de televisão France 3 o presidente francês, Emmanuel Macron, que deve, em breve, voltar a conversar por telefone com o presidente russo.

"Queremos parar a guerra que a Rússia começou na Ucrânia sem adicionar conflitos e subir o tom. Esse é o objetivo", disse Macron. Segundo ele, a meta é obter um cessar-fogo e a retirada total das tropas, de maneira diplomática. "Se queremos fazer isso, não devemos subir o tom com palavras e ações", reiterou o presidente francês.

Na Polônia, Biden também disse que Vladimir Putin não poderia permanecer no poder. Os comentários foram, em seguida, atenuados pela Casa Branca, que disse que o presidente americano não estava pedindo "a mudança de regime na Rússia".Em resposta, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov disse que “insultos pessoais desse tipo reduzem as possibilidades de relações bilaterais com o atual governo americano". 

Em entrevista ao mesmo canal, a candidata do partido de extrema direita Reunião Nacional, Marine Le Pen, aprovou a posição de Emmanuel Macron. "Obviamente, essas palavras colocam ainda mais lenha na fogueira", disse ela sobre Joe Biden.

"Nem sempre dou razão a Emmanuel Macron, mas o fato de o presidente da República evitar subir o tom me parece positivo", acrescentou a candidata. A duas semanas do primeiro turno das eleições presidenciais, em 10 de abril, as pesquisas de intenção de voto colocam Marine Le Pen (com 18,5% nas intenções de voto) na segunda posição, atrás do ex-presidente Emmanuel Macron (29%). 

Papa teme conflito mundial após invasão da Ucrânia pela Rússia.
Papa teme conflito mundial após invasão da Ucrânia pela Rússia. REUTERS - REMO CASILLI

Papa volta citar risco de guerra mundial

O papa Francisco denunciou neste domingo (27) "o martírio" da Ucrânia e "a agressão" do país por parte da Rússia.  "A guerra não destrói apenas o presente, mas também o futuro de uma sociedade. Li que, desde o início da agressão da Ucrânia, uma criança em cada duas deixou o país. Isso destrói o futuro, provoca traumas dramáticos para os mais jovens e os mais inocentes. Essa é a bestialidade da guerra. Um ato bárbaro de sacrilégio", disse.

"Rezo para que cada um dos líderes políticos pense nisso, se comprometa e entenda, ao ver a Ucrânia martirizada, como cada dia de guerra piora a situação para todos. É por isso que reitero meu apelo: chega", acrescentou. Nas últimas semanas, Francisco fez repetidos apelos à paz na Ucrânia, denunciando um "massacre" no país. "Se sairmos idênticos desta guerra, seremos todos culpados.

Diante do risco de autodestruição, a humanidade deve entender que chegou o momento de abolir a guerra, fazer com que ela desapareça da história do homem antes que ela não apague o homem da história", declarou. Desde que a Rússia invadiu o país vizinho, em 24 de fevereiro, o papa mencionou, em diversas ocasiões, o risco de um conflito nuclear.

(Com Reuters e AFP)

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